Professores rejeitam 6ª proposta da PJF

Os professores da rede municipal de ensino decidiram por unanimidade pela manutenção da greve que amanhã completa 50 dias. Os docentes voltaram a negar ontem à tarde, em assembleia realizada no Ritz Hotel, proposta feita pela Prefeitura em mesa de negociação. A decisão deve colocar ainda mais tensão nas conversas entre as partes, já que, por conta do cenário econômico que abala as finanças da União, estados e municípios, o próprio Executivo admitiu ter chegado ao limite de concessões nesta oferta apresentada à categoria na rodada de negociação da última quarta-feira.
Como justificativa para rejeitar a proposta, o Sindicato dos Professores (Sinpro) e o comando de greve consideraram que a oferta desrespeita a legislação nacional que define o salário inicial dos docentes por não conceder reajuste linear de 13,01%, índice utilizado pelo Ministério da Educação (MEC) para a correção do peso da categoria em janeiro. “Nossa referência de reajuste não pode ser a correção inflacionária pelo IPCA, mas o custo-aluno do MEC”, afirmou Flávio Bitarello, coordenador-geral do Sinpro.
Os professores voltaram a afirmar que as sinalizações do Município quebram o plano de carreira do magistério por sugerir reajustes diferenciados, possibilidade embasada pelo artigo 9° da Lei Municipal 13.012/2014. A revogação do dispositivo é um dos principais pleitos do dispositivo. Na última reunião com o Sinpro, a Prefeitura apresentou a sexta proposta após nove rodadas de negociações entre as partes.
Na ocasião, além de sinalizações anteriores, como imediato reenquadramento de professores regentes A (PR-A) em regentes B (PR-B), a Administração propôs a incorporação de abono de formação de R$ 200 ao salário do PR-A e a incorporação aos salários de 5% relativos à adicional de reunião pedagógica e reajuste linear de 3%, com base no IPCA acumulado entre junho a dezembro de 2014, considerando que o último reajuste dos profissionais foi referente a maio de 2014 e que a data-base da categoria é 1º de janeiro.
Após o encontro, o Executivo reforçou que “não tem medido esforços para apresentar soluções, observando sempre a capacidade financeira do Município, a fim de garantir o retorno de seus profissionais às escolas, com a volta às aulas de cerca de aproximadamente 40 mil alunos.”. Os professores têm nova assembleia agendada para o dia 7. Até lá, a expectativa é de que seja realizada, pelo menos, mais uma rodada de negociação.
Calçadão recebe ato em defesa do trabalhador
Após a assembleia, os professores municipais saíram em passeata pela Rua Floriano Peixoto e a Avenida Getúlio Vargas até chegarem ao Calçadão da Rua Halfeld. No local, juntamente com os docentes da rede estadual e representantes de movimentos sociais, sindicais e estudantis, participaram de ato público em defesa do trabalhador e dos direitos trabalhistas, em alusão ao feriado de 1° de maio, em que é comemorado o Dia do Trabalhador.
Entre outros pontos, os manifestantes pleiteiam melhores salários e condições para os educadores, protestam contra a chamada “Lei da Terceirização”, perdas de direitos trabalhistas e arrocho salarial, além de se solidarizam com professores da rede estadual do Paraná, onde na quarta-feira ocorreu confronto entre docentes e policiais militares deixando mais de 200 pessoas feridas em Curitiba.