Deputada denuncia demora na liberação de corpos e más condições no IML após operação no Rio
Famílias dormem na porta do IML enquanto aguardam liberação de vítimas da megaoperação
A deputada estadual Dani Monteiro (PSOL-RJ), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), denunciou nesta quinta-feira (30) as condições do Instituto Médico-Legal (IML) Afrânio Peixoto, no centro da capital, onde são realizados os exames de necrópsia das vítimas da megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha. A ação policial resultou em 121 mortes, incluindo quatro policiais.
Segundo a parlamentar, familiares das vítimas estão dormindo na porta do IML, enfrentando o cheiro de decomposição devido à lentidão na liberação dos corpos. “O que vimos nos últimos dias é a face mais cruel da violência de Estado. Famílias estão dormindo na porta do IML, convivendo com o cheiro dos corpos dos seus entes queridos sem refrigeração. Isso não é política de segurança, é abandono estatal”, afirmou Dani Monteiro durante a reunião “Rio Sem Massacre”, promovida na Escola do Legislativo (Elerj).
De acordo com o Governo do Estado, até a tarde de quinta-feira (30), mais da metade dos 117 corpos oficialmente contabilizados havia sido identificada e começado a ser liberada. A Secretaria de Estado de Saúde não havia se manifestado até a publicação da denúncia.
O governo informou que o IML Afrânio Peixoto está sendo usado exclusivamente para as necrópsias relacionadas à operação. O atendimento às famílias ocorre em um prédio do Detran, ao lado do instituto, enquanto casos não relacionados à ação policial estão sendo encaminhados ao IML de Niterói, na Região Metropolitana.
A Defensoria Pública do Rio afirmou ter sido impedida de acompanhar as perícias, mas destacou a criação de uma força-tarefa com 40 profissionais para prestar assistência às famílias. Até o momento, 106 delas buscaram o órgão para regularizar documentação, solicitar sepultamentos gratuitos e organizar o traslado de corpos para outros estados. Segundo a defensora Mirela Assad, da Coordenação Geral de Programas Institucionais (Cogpi), parte das dificuldades decorre da ausência de familiares para reconhecimento das vítimas.
A deputada acompanhou durante todo o dia a comitiva do governo federal nas comunidades e no IML, prestando acolhimento aos familiares. “Direitos humanos não são obstáculos, mas a base de uma política pública séria. Nenhuma política de segurança se sustenta sobre o sangue do seu povo”, declarou.
O Ministério Público do Rio de Janeiro informou que está utilizando uma tecnologia capaz de reconstruir digitalmente os corpos, registrando com precisão as lesões externas e auxiliando nas investigações conduzidas pelos promotores.
*Texto com informações do Estadão Conteúdo, reescrito com o auxílio do Chat GPT, e revisado por nossa equipe
Resumo desta notícia gerado por IA
* Dani Monteiro denunciou lentidão e más condições no IML após operação no Alemão e na Penha.
* Famílias relatam odor de decomposição e ausência de refrigeração dos corpos.
* Governo afirma que mais da metade das vítimas já foi identificada.
* MP usa tecnologia digital para auxiliar nas perícias e investigações.









