Congolês é espancado e morto em quiosque no Rio por cobrar dia trabalhado

Moise Kabamgabe, de 24 anos, não tinha contrato e recebia por diária; duas delas ainda não tinham sido pagas


Por Fabio Grellet (Agência Estado)

31/01/2022 às 18h39

A Polícia Civil do Rio investiga a morte por espancamento do congolês Moise Kabamgabe, de 24 anos. Ele morava no Brasil e trabalhava em um quiosque na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Segundo parentes, o africano morreu depois de ser agredido por cinco homens após cobrar uma dívida de trabalho, na última segunda-feira (24). A família só ficou sabendo do caso na manhã de terça-feira (25), mais de doze horas após a morte dele. O caso, no entanto, só veio à tona após um protesto na Avenida Lúcio Costa, realizado no sábado (29), organizado por parentes e amigos que denunciaram o caso e exigiram que os culpados pelo assassinato sejam punidos.

Familiares relatam que Kabamgabe trabalhava como garçom, sem contrato, ganhando diárias em um quiosque da orla. Ele, então, foi ao local para cobrar duas diárias ainda não pagas. Chegando lá, foi amarrado e espancado, inclusive com um taco de basebol. Parentes também disseram que os órgãos da vítima teriam sido retirados do seu cadáver, informação que é negada pela polícia.

Investigações

A Polícia Civil informou em nota que “as investigações estão em andamento na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC)”, que foi realizada perícia no local, e imagens de câmeras de segurança já foram analisadas. “Diligências estão em curso para identificar os autores”, afirma o texto. Segundo a polícia, a informação de que os órgãos foram retirados do corpo da vítima não procede. “O laudo mostra que o corpo chegou ao IML sem nenhuma lesão no tórax além daquelas que causaram a morte. As imagens do exame de necropsia mostram o tórax aberto com os órgãos dentro”.

Kabamgabe chegou ao país com a família em 2014, fugindo da guerra no Congo.

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