Varíola dos macacos: Ministério da Saúde pede que Anvisa analise o antiviral tecovirimat

Prazo para o processo de avaliação que passará pela Comissão Técnica da Emergência Monkeypox é de sete dias úteis


Por Tribuna

25/08/2022 às 09h42

O Ministério da Saúde solicitou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) analise o medicamento tecovirimat, da empresa SIGA Technologies, para tratamento da varíola dos macacos em pacientes com risco para desenvolvimento de formas graves da doença.

De acordo com o órgão de vigilância sanitária, o prazo para avaliação é de sete dias úteis e será considerado o fato de o medicamento ter sido avaliado por autoridades reguladores estrangeras equivalentes à Anvisa (AREE).

Segundo a Anvisa, o processo de avaliação passará pela Comissão Técnica da Emergência Monkeypox, criada pela agência e a decisão final será deliberada pela Diretoria Colegiada.

O antiviral

Os medicamentos chamados antivirais contam com propriedades capazes de reduzir a ação de vírus no organismo humano. O combate à infecção pode ser feito a partir do bloqueio na invasão das células ou pelo enfraquecimento da replicação viral, ações que contribuem para impedir a evolução e o agravamento das doenças.

Os antivirais devem ser utilizados na fase inicial da infecção, de preferência, entre o primeiro e o quinto dia do aparecimento dos sintomas. A maior eficácia dos antivirais está associada à presença de uma maior quantidade de vírus no organismo, ou seja, uma alta carga viral comum no início da infecção.

O tecovirimat (também conhecido como TPOXX) é um medicamento desenvolvido para o tratamento do vírus da varíola comum. No atual surto de varíola dos macacos, o fármaco tem sido utilizado no combate à infecção da doença. O antiviral está disponível como cápsula oral (200 mg) e injeção para administração intravenosa.

Pedido de análise de vacina

Na terça-feira (23), também foi protocolado junto a Anvisa o pedido de análise da primeira vacina contra a monkeypox. Atualmente, o imunizante Jynneos é produzido apenas pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic e tem sido utilizada em outros países contra a varíola do macaco.

A solicitação segue o novo modelo aprovado pela agência reguladora na última sexta-feira (19), com dispensa de registro para importação de medicamentos e vacinas destinados à prevenção ou ao tratamento da varíola dos macacos.

A FDA aprovou a Jynneos em 2019 com indicação para varíola e varíola dos macacos. Na Europa, a mesma vacina também está aprovada.

“Nessa análise a Anvisa confirmará se as características essenciais da vacina são as mesmas aprovadas pela AREE [autoridades reguladoras estrangeiras], tais como: fabricante, concentração, forma farmacêutica, indicações, contraindicações, posologia, população alvo, via de administração e modo de uso, entre outras informações”, disse a Anvisa, em nota.

No Brasil, até o momento, não há medicamento ou vacina registrada com a indicação de tratamento ou prevenção da doença.

Na segunda-feira (22), durante o lançamento de campanha de conscientização para a varíola dos macacos, a Monkeypox, o Ministério da Saúde reforçou que está em etapa final a contratação de doses do imunizante contra a doença.

As vacinas serão disponibilizadas ao Brasil em três lotes, a partir de setembro, destinados a um público específico a ser imunizado. Na sexta-feira (19), a Anvisa já havia autorizado a importação excepcional e temporária de vacinas e medicamentos pela pasta.

Outras informações no Diário Momento.

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