Governo do Paraná quer produzir vacina russa
Acordo deve ser confirmado ainda nesta quarta-feira, após encontro agendado do governador do estado com o embaixador da Rússia no Brasil
O governo do Paraná deve anunciar nesta quarta-feira (12) um acordo com o governo russo para fabricar a Sputnik V. O acordo prevê que o Estado realize testes, produza e distribua a vacina. O embaixador da Rússia no Brasil, Sergey Akopov, tem encontro agendado com o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD). A expectativa é de que o encontro formalize a parceria para a produção da vacina.
Após a assinatura do acordo, o próximo passo é o compartilhamento do protocolo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para liberar as próximas fases. O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), do governo estadual, deve ser um dos polos de produção e distribuição para a América Latina. A Anvisa disse ontem que ainda não havia recebido pedidos de autorização de pesquisa ou registro. Afirmou ainda que não pode prever o tempo necessário para dar o aval e frisou “foco na segurança e eficácia”.
“Não vamos avançar se não tivermos anuência dos órgãos reguladores, como a Anvisa e a Comissão Nacional de Ética e Pesquisa. Ainda é uma fase inicial”, disse ao Estadão o biólogo Jorge Augusto Callado Afonso, diretor-presidente do Tecpar.
O convênio deve prever testes da fase 3 em paranaenses. Caso a tenha aval da Anvisa, o Paraná estará autorizado a produzir e distribuir a vacina em seu território, o que daria vantagem na transferência de tecnologia. O convênio permite ainda que o Estado saia na frente em eventual campanha de vacinação. O modelo é semelhante ao da parceria entre o Instituto Butantã, em São Paulo, e a empresa chinesa Sinovac Biotech, cuja vacina também está na fase três de testagem.
Callado mostra cautela sobre eventuais campanhas de imunização no País. “A comunidade científica no Brasil cita o período do 2º semestre de 2021 como prazo responsável. Antes disso, está arriscando muito.”