Férias escolares: conheça os fatores que podem piorar a saúde do seu filho no período
Especialista alerta sobre três pontos que precisam do cuidado dos pais neste período longe da escola
Para muitas crianças e adolescentes, o mês de dezembro é marcado pelo início das férias escolares, que traz uma grande mudança na rotina delas. Entre as famílias, essa mudança pode trazer o aumento do sedentarismo, uso de telas e da má alimentação, que juntas formam uma tríade que traz grandes danos à saúde dos jovens.
Segundo dados apresentados pelo Ministério da Saúde, junto à Fiocruz, estima-se que 6,4 milhões de crianças no país estejam com excesso de peso. Dessas, 3,1 milhões (quase a metade) já desenvolveram obesidade.
O cenário mais alarmante está é verificado em crianças de 5 a 9 anos, em que 13,2% chegaram ao quadro de obesidade. Para o futuro, a previsão é que essa porcentagem seja ainda maior. É previsto que em 2044 ela chegue a 28,2%.
De acordo com o Ministério da Saúde, os números elevados são justificados pela má alimentação, aumento do tempo em frente às telas o que, consequentemente, contribui para o sedentarismo.
Especialista aponta tríade que necessita de atenção nessas férias escolares
Para o professor do curso de Nutrição da Estácio, Carlos Henrique Ribeiro Lima, esses hábitos durante as férias são os principais que agravam a piora da saúde e o desenvolvimento dos jovens.
“Um estilo de vida sedentário, caracterizado por pouca atividade física e muito tempo em frente a telas de celulares e computadores, pode influenciar os hábitos alimentares das crianças. Essa relação se dá por vários fatores, como menor gasto calórico, aumento do apetite, maior consumo de alimentos ultraprocessados, como refrigerantes, chocolate e fast food, que são alimentos ricos em sódio, gordura e açúcar.”
Ele também destaca que o consumo de produtos ultraprocessados tornou- se hábito em grande parte das famílias. Além disso, o especialista também aponta que a falta do consumo de alimentos saudáveis deixa as crianças mais suscetíveis a doenças.
“Há um menor consumo de frutas, legumes e verduras, que são fontes de vitaminas e minerais, e a influência da publicidade, pois a exposição constante a propagandas de alimentos ultraprocessados influencia diretamente os hábitos infantis. E essas mudanças nos hábitos alimentares podem comprometer a saúde das crianças e contribuir para o desenvolvimento de doenças crônicas, como o diabetes e obesidade infantil”, afirma Carlos.
O docente também destaca que o maior tempo de telas para os jovens contribui para o sedentarismo. “Há uma forte correlação entre o aumento do uso de dispositivos eletrônicos e o comportamento sedentário em crianças. O uso excessivo de telas, seja em smartphones, tablets, computadores ou televisores, tem sido apontado como um dos principais fatores que contribuem para o aumento do sedentarismo nas crianças. Isso acontece por diferentes motivos, como substituição da atividade física pela tela do celular, o que gera uma dificuldade de se desconectar.”
Carlos aponta que o aumento do sedentarismo, uso de telas e da má alimentação devem ser combatidos com urgência. Além disso, ele aponta que a obesidade infantil pode causar graves consequências no futuro.
“O sedentarismo exerce um impacto significativo no desenvolvimento físico e mental das crianças, tanto a curto quanto a longo prazo. Os impactos incluem a dificuldade de realizar atividades físicas de maior intensidade, pois elas exigem maiores esforços, além de dificuldades de concentração e atenção. A longo prazo, há o aumento da obesidade infantil e problemas mentais, como ansiedade e depressão.”
Para o especialista, o período de férias pode ser um grande aliado para implementar um estilo de vida mais saudável, com a implementação de um estilo de alimentação adequado. Ele também aponta a importância de contar com um profissional para realizar essa transição da melhor maneira possível.