Estudo correlaciona uso excessivo da internet com ideação suicida
Apesar deste dado, pesquisadora não descarta uso positivo da internet para terapias virtuais e aplicativos de saúde
Uma pesquisadora brasileira desenvolveu um estudo em que o uso excessivo da internet aparece relacionado com a ideação suicida entre universitários. O trabalho é da professora da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, Irena Penha Duprat, que entrevistou 503 alunos de seis cursos da área de saúde da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal). A partir disso, ela identificou que 51% apresentava algum grau de dependência da internet. Nos casos em que o nível era moderado ou grave, os alunos tinham tendência a ideação suicida.
Ainda conforme a pesquisa, nestes casos, a internet desempenha um papel de fuga mental para aqueles que apresentam algum tipo de transtorno como ansiedade e depressão. No caso das mulheres, o efeito negativo age principalmente no que se refere à autoestima. Apesar das indicações sobre o papel pejorativo que as redes podem ter na vida dos universitários, o estudo também abordou como elas desempenham uma ação benéfica – como ao disponibilizar aplicativos de saúde mental e terapias virtuais.
É nesse sentido que a psicóloga Karen Scavacini, do Instituto Vita Alere, alerta para como usar a internet de forma responsável. A tecnologia, neste prisma, quando bem articulada ajuda tanto na prevenção quanto no tratamento. “É difícil a gente estabelecer o que começa antes, se um uso excessivo da tecnologia que leva a questões de saúde mental ou influencia as questões de saúde mental; ou se as pessoas já estão lidando com questões de saúde mental e acabam fazendo um uso excessivo das redes, por conta disso”, pontua.
Projetos ajudam a espalhar ferramentas de ajuda
A psicóloga chegou a desenvolver materiais educativos para trabalhar a questão ainda no seu início, de forma preventiva. Dentre as iniciativas, estão baralhos educacionais para serem trabalhados dentro de sala de aula nas escolas, cartilhas para pais e educadores, e mapa da saúde mental em que são identificados serviços de saúde mental de forma acessível.
Além disso, outro exemplo prático destas ações pode ser visto na Universidade Federal Fluminense em Campos dos Goytacazes (UFF Campos). O projeto “Cuca Legal” oferece um espaço para os universitários falarem de suas angustias e técnicas de enfrentamento. A página do projeto pode ser acessada aqui.