Veja 9 cuidados essenciais para proteger a flora vaginal e evitar infecções

O equilíbrio da microbiota vaginal é crucial para a saúde feminina, mas fatores como hormônios e hábitos podem desestabilizá-la


Por Thais Szegö, Agência Einstein

01/07/2025 às 12h02

O equilíbrio da microbiota vaginal é fundamental para a saúde da região íntima, funcionando como um sistema de proteção natural contra infecções. Milhões de micro-organismos vivem em harmonia na flora vaginal, defendendo a vagina, vulva e órgãos como útero e bexiga. A principal defesa é a acidez do ambiente vaginal, mantida pelos bacilos de Döderlein, bactérias benéficas que transformam glicose em ácido lático.

No entanto, esse sistema protetor é sensível. Alterações hormonais, uso de antibióticos ou anticoncepcionais, relações sexuais e gravidez podem desestabilizar a flora vaginal, que naturalmente tenta restaurar o equilíbrio. Quando essa autorregulação falha, especialmente em casos de doenças que afetam a imunidade (como lúpus, diabetes e insuficiência renal), ocorre a disbiose. A disbiose vaginal pode levar a sintomas incômodos como ardência, coceira, alteração no odor e mudanças na secreção vaginal (cor acinzentada ou esverdeada, cheiro desagradável e consistência bolhosa), que indicam corrimento e exigem avaliação médica, conforme alerta a ginecologista e obstetra Renata Lamego, do Hospital Israelita Albert Einstein, e o professor Luiz Brito, da Unicamp.

Cuidar da flora vaginal é crucial para a saúde feminina. Conhecer os sinais de desequilíbrio e adotar hábitos saudáveis são passos importantes para prevenir infecções.

9 dicas práticas para manter a saúde vaginal:

  1. Prefira calcinhas de algodão: Tecidos sintéticos abafam a região, criando um ambiente úmido. Opte por algodão 100% e, se possível, durma sem roupa íntima.
  2. Não use absorventes diários: Eles abafam a vagina, desequilibrando a flora e aumentando o risco de corrimento. Troque a calcinha se necessário em períodos de maior secreção.
  3. Evite tecidos sintéticos e roupas apertadas: Peças justas e de tecidos como jeans dificultam a transpiração. Intercale o uso com saias e vestidos.
  4. Limpe-se adequadamente após evacuar: Use papel higiênico de frente para trás para evitar contato de resíduos fecais com a vagina. Lave a região com água se possível ou use lenços umedecidos sem álcool ou perfume.
  5. Troque absorventes com frequência: No máximo a cada quatro horas, especialmente os internos. Evite absorventes perfumados para prevenir irritações e alergias.
  6. Prefira sabonetes suaves e neutros: Use produtos sem excesso de perfumes ou corantes na higiene íntima. Observe a reação do seu corpo e evite exageros.
  7. Lave corretamente as calcinhas: Use sabão neutro e evite amaciantes e produtos perfumados. Seque as peças ao sol ou em local ventilado; finalizar com ferro quente ajuda a eliminar micro-organismos.
  8. Tenha cuidado ao se depilar: A depilação total pode enfraquecer a barreira natural de proteção. Escolha locais de confiança e garanta materiais descartáveis e esterilizados.
  9. Ducha íntima pode ser prejudicial: Esse tipo de lavagem altera o pH e elimina micro-organismos benéficos. A vagina possui autolimpeza, e a higiene externa com água e sabonete suave é suficiente.

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