Programa Diversidade promove inclusão através do conhecimento

Você sabia que a Câmara Municipal tem um programa dedicado exclusivamente às pautas sobre inclusão social? É o “Diversidade – Somos todos diferentes” que, desde outubro de 2005, promove reflexões sobre igualdade. Através de palestras e oficinas, os servidores da Casa que integram o programa levam à população informações sobre a situação de minorias na sociedade, abordando questões como deficiência, racismo, bullying, machismo, preconceito contra pessoas idosas e LGBT+fobia.

O idealizador do programa, FludualdoTalis de Paula, conta que o Diversidade nasceu do desejo de difundir o conhecimento sobre como lidar com pessoas com deficiência. “Sou pedagogo, especialista em educação especial e deficiente visual. Eu comecei a observar que o que muitas das vezes taxamos como preconceito é, na verdade, simplesmente desinformação. Então, tive a ideia de criar o programa para espalhar informação”, ressalta. O Diversidade começou oferecendo palestras em escolas para turmas de ensino fundamental. No entanto, instituições de atendimento ao público, como hospitais, procuraram o Diversidade com a demanda por cursos de capacitação sobre como atender pessoas com deficiência. “É importante preparar os profissionais de atendimento, então a sociedade tem que dar a oportunidade das pessoas se instruírem sobre as questões de inclusão”, defende. Em 2019, o Diversidade realizou 16 palestras e 11 treinamentos para atendimento à pessoa com deficiência.

Hoje, quase 15 anos após o início do programa, o Diversidade atende instituições públicas e privadas de diversas áreas. Além disso, agregou outras pautas em suas palestras e cursos de capacitação. Uma delas é o Bullying, temática coordenada pelo servidor Vinícius de Azevedo, que se dedica à promoção de palestras em instituições de ensino para combater situações de agressões verbais ou físicas, realizadas de forma repetitiva, individualmente ou em grupo. No segundo semestre de 2019, o Diversidade realizou palestras sobre bullying em três escolas estaduais e na Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), atendendo ao todo 270 pessoas. Também são realizadas palestras com foco em promover a inclusão das pessoas idosas, ministradas pela assistente social, Flávia Duarte. O objetivo é preparar a sociedade para o envelhecimento, desenvolvendo a conscientização de que o idoso é um cidadão inerente de direitos.

A temática “Educação Financeira como ferramenta para inclusão social” passou a integrar o programa este ano. Quem coordena as ações desenvolvidas na área é a servidora da Câmara, Luciana dos Santos, que ressalta a importância da organização financeira para a inclusão. “A pessoa que está superendividada tem três aspectos da vida afetados: trabalho, saúde e social. A partir do momento que a pessoa consegue se organizar financeiramente, ela retoma a autonomia”, explica a educadora financeira. Em 2019, Luciana ofereceu orientação financeira para quase 600 pessoas, através de palestras e cursos oferecidos pelo Diversidade em instituições de Juiz de Fora.

Já as palestras e capacitações relacionadas à discriminação étnica são coordenadas pela servidora Gilmara Mariosa. A próxima atividade do Diversidade será uma palestra ministrada por Gilmara nesta segunda-feira, 25, às 18h30, no auditório da antiga Faculdade de Comunicação. A palestra terá como tema racismo e saúde mental e acontece durante a VII Semana da Igualdade Racial, promovida pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). “O assunto será a saúde mental da população negra, que registra altos índices de transtornos mentais como ansiedade e depressão. A gente acredita que isso se deve às situações de racismo enfrentadas no cotidiano. E, no Brasil, isso é agravado pelo que chamamos de racismo estrutural e pelo racismo velado, do qual não conseguimos sequer nos defender”, aponta a psicóloga.

As instituições interessadas em receber palestras ou capacitações oferecidos pelo programa podem entrar em contato através do telefone 3250-2906 para agendar horário. Como explica a psicóloga Gilmara Mariosa, o Diversidade aposta na educação como porta de saída para o preconceito. “A educação é fundamental, é o primeiro nível necessário para combater o preconceito. A gente pode criar leis contra a discriminação, mas não conseguimos mudar a forma das pessoas pensarem só com a legislação. Então, é preciso levar informação e conhecimento, que é o que pode despertar a reflexão”, defende. Gilmara ressalta, também, que quem participa das palestras e oficinas pode se tornar multiplicador da informação, levando mais pessoas a repensarem sobre o preconceito.

Além de atender o público externo, o Diversidade também atua na capacitação dos servidores da Câmara Municipal. A última capacitação para o público interno, realizada em julho deste ano, foi ministrada por Luciana e Fludualdo. O pedagogo ensinou técnicas específicas de atendimento para pessoas com deficiência. Para aprimorar o atendimento, também foram ensinadas técnicas para agir em possíveis situações no ambiente de trabalho. “O mais importante é a questão da humanidade. A Câmara é a casa do povo e nós temos que estar preparados para atender aos cidadãos, sabendo lidar com pessoas de todos os perfis”, afirma Luciana.