Pesquisadores testam adesivo de pele para aplicação de vacina sem dor
Objetivo é possibilitar que pessoas possam ser vacinadas ou tratadas com injetáveis de forma menos dolorosa, principalmente em casos de fobia de agulhas
Pesquisadores brasileiros estão testando um dispositivo que pode facilitar a imunização de pessoas que têm fobia a agulhas e injeções. Trata-se de um adesivo de pele composto por microagulhas de aplicação indolor que são responsáveis por liberar as substâncias, como as vacinas, no corpo. O projeto é do Laboratório de Biologia Celular do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com outras universidades.
De acordo com a UFMG, os testes consistem em ensaios pré-clínicos, com o objetivo de identificar se as microagulhas do adesivo de pele são capazes de entregar as substâncias que carregam e se causam algum efeito adverso, como irritação ou inflamação na pele. A fase inicial de testes dos adesivos utiliza células de pele humana, de fígado de camundongo e de rins de macaco, todas de linhagem comercial e obtidas em bancos internacionais de células.
Leia mais notícias sobre Ciência e Tecnologia aqui.
“Fomos convidados a colaborar com o estudo na fase de testes da segurança toxicológica das microagulhas, que compõem os adesivos e são responsáveis por carregar e liberar os imunizantes no corpo”, conta a pesquisadora Lídia Maria Andrade, do Laboratório de Biologia Celular da UFMG, por meio da assessoria da Universidade. Ela explica que as microagulhas são compostas de moléculas muito pequenas, os polímeros, usadas em aplicações biomédicas.
Para além da eficácia das substâncias aplicadas pelas microagulhas e da possibilidade de alguma alergia, outros efeitos adversos também estão sendo avaliados por meio dos testes, como se as funções hepáticas e renais dos indivíduos são comprometidas.
Até então, os testes estão em fase inicial, mas, conforme a pesquisadora, os resultados já demonstram que as microagulhas que compõem os adesivos são capazes de liberar as substâncias e não foram observadas possíveis alergias ligadas ao uso do adesivo.
Os testes devem acontecer até 2025. Além da UFMG, participam do projeto a Universidade Federal do ABC (UFABC), a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e o Instituto do Coração (Incor).