Tribuna por Minas: uma viagem pelas Geraes
Reportagem percorre cidades mineiras pelo Mar de Minas e Serra da Canastra
O verso “se eu contasse o que ninguém conhece do povo daí, iam dizer que é mentira, acabava a carreira e o que resta de mim” poderia se referir ao “mar” em Minas e até ao cruzeiro que o atravessa. Ou, ainda, à navegação por um estreito com paredões de pedras milimetricamente postas em camadas, por onde voavam tucanos e o sol não bate.
Talvez dissessem que é mentira que o gigante Rio São Francisco, com seus mais de 2.800 quilômetros de extensão, nasce de forma tímida, quase como um poço, em que as únicas formas de vida visíveis são pequenos girinos. Pode soar fantasioso o relato da sensação de pegar essa água nas mãos e levar à cabeça. Ou que, ali perto, baús de pedra colossais se enfileiram um ao lado do outro formando a paisagem da Serra da Canastra.

Os pavões albinos que fazem um estardalhaço em cima do telhado de uma pequena roça onde se fabrica queijos soam fictícios. E lá, se encontra “a porta aberta, bem-vindo à casa, prazer conhecer”. “Se a conversa acabar na cozinha, já é da família”, e o banquete de cocadas, paçocas, rapaduras, doces de leite, queijos, biscoitos e pães de queijo acabam com o que resta de si, enquanto o aroma e o sabor dos licores e cachaças de um negócio familiar à beira da Fernão Dias acabam com uma carreira.
O poderio da Usina Hidrelétrica de Furnas contraposto com a calmaria a poucos metros dali, em um espaço de artes na madeira e na cerâmica são mais algumas das Coisas de Minas, como canta Milton Nascimento. Já a Cachoeira Casca D’Anta “tem o som de tudo, é absurdo, é mistério”, e mergulhar em suas água é o verdadeiro significado de “Libertas”.
A convite da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, a Tribuna percorreu cidades, visitou atrações e provou a gastronomia mineira, em percurso no Mar de Minas e na Serra da Canastra, nos últimos dias de setembro. As reportagens sobre serão publicadas, aos domingos, na série Tribuna por Minas, que começa nesta edição.
Segundo a chefe da pasta, Bárbara Botega, isso é “um esforço que o governo do estado tem feito para promover Minas Gerais entre os próprios mineiros, entre os brasileiros, obviamente, e também para o mundo”, explica. “Eu tenho certeza que vai mostrar um pouquinho mais de Minas Gerais, com um olhar diferente, com um olhar de experiência mais étnica, entendendo o que a Canastra tem.”
Destacando que muitos já conhecem o queijo canastra, ela complementa que ele “é e sempre será nossa estrela, patrimônio do mundo, mas a gente sabe também que tem tantos outros atrativos impressionantes, e que essa turma qualificada ter a oportunidade de vivenciar tudo isso vai incentivar que mais e mais pessoas queiram viver também essa experiência aqui em Minas Gerais”.
Estendemos o convite aos nossos leitores, venham com a Tribuna por Minas, em uma viagem pelas Geraes.