“Sou amor, escrevo com amor, transmito amor nos meus livros”, afirma Laura Assis

Por Marisa Loures

Laura Assis Foto de Fillippe Fernandes 2
Apontada como uma autora de muita sensibilidade, a barbacenense Laura Assis lança dois novos romances e celebra assinatura de primeiro contrato com editora – Foto de Fillippe Fernandes

Ao visitar o blog Veredas Sentimentais, criação de Laura Assis, descobri que sensibilidade é a marca registrada dessa escritora. Quem garante isso são os leitores que acompanham os livros que ela escreve. Desde 2017, já são quatro obras publicadas: “Galáxia particular – Devaneios sobre amores raptados”, “Prímolas em meio à guerra”, e os novíssimos “Jessy & John” e “Corina”.

“Minha literatura é carregada de sentimentos e reflexões. Sempre tive mais perguntas do que respostas e, talvez por isso, meus personagens tenham seus momentos reflexivos. Além disso, eu me considero uma pessoa sensível, amorosa, afável. Acho que o mundo é um lugar mais bonito com amor, e é por isso que eu sempre levanto esta bandeira: amar sempre vale a pena. Sou amor, escrevo com amor, transmito amor nos meus livros. E eu acredito firmemente que o amor é o sentimento mais poderoso dentre todos os que eu já conheci”, afirma Laura, que, até bem pouco tempo, assinava seus textos como “Lise Macpherson” e “Íris Castelo”.

Laura é de Barbacena, mas é radicada em Juiz de Fora, e possui formação em Letras pela UFJF. Sempre escreveu como uma autora independente, e, com “Corina” (Flyve, 200 páginas), comemora o primeiro contrato assinado com uma editora. E é claro que ela quer dividir essa conquista com seus leitores. Por isso, está programando, para dezembro, um lançamento oficial não só desse título, mas também de “Jessy & John”.

Marisa Loures – Apresente “Corina” e “Jessy & John” para os leitores da coluna Sala de Leitura.

Laura Assis – “Jessy & John” é um romance contemporâneo narrado em primeira pessoa. Jessica sonhava viver um grande amor e, na cidade dos seus sonhos, ela encontra o amor que sempre esperou. Porém, a vida não é um conto de fadas, não é mesmo? Assim como eu, assim como você, Jessica tem suas dificuldades num relacionamento e um grande acontecimento a separa de seu grande amor. Já “Corina” é um romance/aventura medieval, repleto de reflexões e lutas de espada e arco e flecha. Corina, uma jovem negra e órfã, precisa defender sua família e, em meio à missão de resgatar seus primos, ela descobre o amor.

– Quais são as histórias que estão por trás da produção desses dois livros? Essas obras refletem seu momento de escrita?

“Jessy & John” foi inspirado no meu próprio “romance dos sonhos”. Por seis meses, vivi um relacionamento com alguém que era luz na minha vida. Mas essa luz foi brilhar no céu e, quando ele partiu, eu guardei a dor e a saudade até ter coragem de falar sobre ela. Assim, numa manhã chuvosa, em novembro de 2020, eu decidi me levantar e deixar as lembranças fluírem, permitindo que elas se misturassem com a ficção e trouxessem à tona sentimentos, como amor, perda, esperança, fidelidade e, acima de tudo, a busca pela maturidade, que é algo bem visível na protagonista. “Corina” nasceu da vontade de criar meu próprio reino. Eu desenhei um mapa, colei na parede da minha sala e comecei a criar a história daquele lugar. E sim, eu consigo perceber que minha escrita até “Jessy” e “Corina” era bastante intuitiva, mas imatura, até um pouco insegura. Nessas duas obras, eu consegui ser um pouco mais ousada, visitar lugares desconhecidos, criar lugares que só existiam no mapa na parede da minha sala.

– Aquele final surpreendente de “Jessy e John” já existia quando iniciou o processo de escrita? E em que momento entrou a ideia da alternância de narradores?

O meu processo criativo é sempre bem intuitivo. Eu me sento na frente do computador e, simplesmente, deixo os personagens falarem através de mim. Eu costumo brincar que nunca sei o que vai acontecer na próxima página, mas é bem assim que funciona mesmo. Eu permito que a história se construa natural e instintivamente, depois volto e aparo algumas arestas. Quando eu iniciei “Corina”, por exemplo, eu ia escrever a história de um ferreiro (Arthur Smith) que se apaixona pela filha de um barão (Cissy Elliot). Corina nem existia no primeiro capítulo, mas ela surgiu e mostrou a que veio, tomando para si aquela história, mudando o rumo dos acontecimentos. Diante disso, posso assegurar que o final de “Jessy & John” não estava previsto, bem como a alternância entre os narradores foi algo que me ocorreu enquanto eu escrevia um dos capítulos finais.

Depois de três obras publicadas de maneira independente, você mandou os originais de “Corina” para uma editora e responderam com um “sim”. Uma semana depois, estava assinando contrato. Como foi essa experiência? O que a fez esperar tanto para tomar a decisão de procurar uma editora?

Eu acredito muito em Deus. Num domingo á noite, na minha casa, eu pedi a ele que me mostrasse se eu estava no caminho certo. Na segunda de manhã, abro meu e-mail e me deparo com um email do Lucas, da Editora Flyve, aceitando minha obra e dizendo que via nela um grande potencial. Eu queria dar uma festa, porque é lindo demais quando a gente percebe que alguém acredita no nosso sonho ao ponto de financiá-lo. Hoje em dia, o mais comum é você enviar sua obra para uma editora e ela nunca responder ou responder dizendo que vai publicar sua obra desde que você pague por todos os custos editoriais e de impressão. Ou seja, a editora não investe no autor, ela apenas presta um serviço editorial. Como esse é um procedimento comum para a grande maioria das editoras, eu optei por trabalhar de maneira independente, até que esbarrei na Flyve, e tudo aconteceu.

– Já dá para dizer o que mudou com o início dessa parceria com a editora?

Quando uma editora como a Flyve, que tem uma proposta de incentivo à Literatura Nacional, decide investir em você, colocando seu nome junto do seu trabalho, muita coisa muda. Para começar, me fez acreditar ainda mais no meu trabalho e ter certeza de que estou no caminho certo. Além disso, eu tive a oportunidade de conhecer outros escritores que estavam juntos no mês de lançamento, conhecer outros trabalhos e até aprender um pouco sobre o mercado editorial, porque a Flyve tem uma comunicação muito ampla com seus escritores. E tenho certeza de que ainda vou colher muitos frutos vindos dessa parceria.

– Você tem formação em Letras, pela UFJF. Sua passagem pela academia influencia sua escrita?

Com certeza. Na graduação, tive um contato mais íntimo com autores que eu já admirava no ensino médio, como Guimarães Rosa e Fernando Pessoa. Além disso, acredito que o próprio ambiente é propício para a criação. As conversas informais com colegas e professores que também se arriscam na arte da escrita fazem com que criemos coragem para nos arriscarmos também.

– Como você coloca sua literatura na rua?

Eu trabalho a venda dos meus livros através do meu site e do Instagram (@veredassentimentais), enviando para todo o Brasil. Além disso, aqui em Juiz de Fora, meus livros estão à venda na Galeria Secreta, no São Mateus. Em Barbacena, minha cidade natal, os livros estão na loja “Corina”, cujo nome, assim como o meu livro, é uma homenagem à minha avó. Em Antônio Carlos, na Livraria Gotas de Cultura. Para quem gosta dos digitais, toda a minha obra está disponível na Amazon, no formato e-book, e quem é assinante do Kindle Unlimited, lê de graça!

capa de jessy 2“Jessy e John”

Autora: Laura Assis

178 páginas

Para adquirir o livro, acesse aqui.

 

 

 

Capa de corina 2“Corina”

Autora: Laura Assis

Editora Flyve (200 páginas)

Marisa Loures

Marisa Loures

Marisa Loures é professora de Português e Literatura, jornalista e atriz. No entrelaço da sala de aula, da redação de jornal e do palco, descobriu o laço de conciliação entre suas carreiras: o amor pela palavra.

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