O professor Rubem Barboza, da Universidade Federal de Juiz de Fora, será um dos debatedores, na terça-feira, da reforma política. Ele e os também cientistas políticos Jairo Nicolau e Murilo Aragão irão falar na comissão especial criada na Câmara Federal para tratar do tema a convite do deputado Marcus Pestana. O parlamentar argumenta a importância de ouvir personagens que conheçam o tema não apenas pela ótica acadêmica mas também pelo acompanhamento sistemático que fazem das discussões.
Suprapartidário
O deputado entende que, a despeito de toda a movimentação, a reforma só vai se tornar realidade se houver um pacto suprapartidário envolvendo lideranças das legendas mais expressivas, elencando o ex-presidente Lula, o senador Aécio Neves e dirigentes de partidos como o PMDB, PSB e PSD, no caso, o ministro Gilberto Kassab. Caso contrário, alguns avanços serão barrados pelas legendas de menor porte, como a cláusula de desempenho, que define um determinado percentual de votos, e o fim das coligações.
Pouco tempo
Para valer já nas eleições do ano que vem, a reforma precisa ser aprovada até outubro deste ano (um ano antes do pleito), algo problemático em se tratando do Congresso. Com mais de 30 partidos, a Casa tornou-se uma confederação de interesses. Cada legenda tem um projeto ideal, sem consenso até mesmo em torno de temas críticos, como financiamento de campanha, coligações e cláusulas de desempenho. Na semana passada, chegou a ser sugerido que esse percentual seja de apenas 2% dos votos nacionais. Mesmo assim, foi rejeitado.