A Assembleia Legislativa deve votar nesta sexta-feira – até de forma atípica, por ser um dia de pouco quórum – a mensagem do governador Romeu Zema que dá fim ao referendo para a aprovação de venda de ativos do Estado como a Cemig e a Copasa. Desde a primeira etapa de negociação com a União, por meio do Plano de Recuperação Fiscal, que não foi adiante, o governador tenta privatizar as duas estatais, mas esbarra sempre no referendo instituído pelo então governador Itamar Franco. Na ocasião, o ex-presidente blindou a Cemig que tinha sido repassada a um grupo americano por seu antecessor Eduardo Azeredo. Itamar não só cancelou o acordo como estabeleceu, por meio de uma PEC, que a venda só pode ocorrer com o aval da população.
Sem maioria na Assembleia, o governador tenta mudar a proposta, inclusive com a redução do quórum para maioria simples, mas dificilmente irá conseguir emplacar a Cemig no pacote. Privatizar a Copasa é mais fácil, uma vez que é improvável que o Governo Federal a aceite como parte de pagamento da dívida. Nesse cenário, não será surpresa se os deputados aprovarem o fim de referendo apenas para a companhia de água e saneamento, mantendo a sua necessidade para a Cemig.