O Partido dos Trabalhadores está reavaliando a federação com o PcdoB e o PV para as próximas eleições em razão do resultado das últimas eleições. Há entendimento em alguns setores, inclusive na cúpula, que o partido mais ajudou do que foi ajudado. Uma liderança citou o caso de Juiz de Fora. O PcdoB reelegeu o vereador Cido Reis, e o PV elegeu o líder comunitário e ativista Negro Bússola, que, por sinal, apoiou a candidatura do emedebista Júlio Delgado para a Prefeitura, embora seu partido estivesse na federação que apoiou a reeleição da prefeita Margarida Salomão. Em entrevista à Rádio Transamérica, Bússola destacou que Júlio foi o único candidato que acolheu seus pleitos, inclusive na filiação ao PV.
Alianças foram além da federação
Essa mesma liderança seguiu a linha de raciocínio da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. “Poderíamos ter feito melhor, mas criamos condições de alianças e não lançamos candidaturas em diversos municípios, a começar pelo mais importante deles, São Paulo, onde apoiamos o deputado Guilherme Boulos, do PSOL.” Admite que o partido está perdendo o diálogo com o eleitor, mas advertiu que o PT não vincula as eleições municipais à disputa nacional. “São questões distintas. Tem gente prevendo que estamos perdendo força, mas isso não procede”, destacou.
Partido também discute seu futuro com e sem Lula candidato
Mas a disputa em 2026 é, de fato, um fator que preocupa o Partido dos Trabalhadores. Se o presidente Lula disputar a reeleição, o problema será adiado, mas, caso contrário, a discussão é em torno do nome a ser levado às urnas para uma disputa que vai continuar ocorrendo em um cenário polarizado. O ministro Fernando Haddad, que já teve uma oportunidade, tem dificuldades com a atual presidente do partido, Gleisi Hoffmann, que não estará à frente da legenda em 2026 por já estar no seu segundo mandato, mas certamente terá assento no ministério. No mea culpa, o PT já admite que ainda não tem o sucessor de Lula.