Audição e leitura coercitivas

Por JÚLIO BLACK

Oi, gente.

O Brasil pegando fogo, o bicho pegando, e vocês aqui prestigiando seu ah migo. Sendo assim, nada melhor do que agradecer a fidelidade de tanta gente elegante e sincera recomendando um dos sons mais legais que ouvi nos últimos tempos, prova de que sempre podemos ser surpreendidos quando o assunto é música.

A bola da vez, meninos, meninas e demais gêneros, é o quarteto americano Vintage Trouble, surgido em 2010 lá pelas bandas de Hollywood mas que fui conhecer apenas por acidente, no último sábado, quando lembrei que estava rolando o Lollapalooza e liguei a TV. Vixe Maria, o que foi aquilo? Duas horas da tarde, um calor mais odioso que Engenheiros do Hawaii, e o Vintage Trouble tacando fogo na plateia, nos telespectadores, com uma apresentação simplesmente fenomenal, com um vocalista (Ty Taylor) possuído pelos espíritos de James Brown, Otis Redding, e uma banda que sabe usar os seus instrumentos para eletrificar o melhor do soul, do blues e do rock criados entre as décadas de 1950 e 1970.

Vida que segue, assistimos a mais alguns shows (Eagles of Death Metal, Of Monsters and Men, Tame Impala) e depois partimos para a internet a fim de descobrir nos streamings da vida todas as manhas do Vintage Trouble. São dois álbuns e um EP no currículo, que desde o último final de semana monopolizaram as caixas de som dos aposentos imperiais e os fones do celular. Canções como “Blues hand me down”, “Nobody told me”, “Another man’s words” e “Run like the river”, entre tantas outras, são verdadeiros catecismos, tratados espirituais que professam a fé no vigor do rock setentista, no blues em seus primórdios e na soul music que conquistou o mundo lá pelos anos 60. Vintage Trouble, gente boa, é audição obrigatória para quem tem amor sincero pela música.

Já que estamos nessa vibe coercitiva, uma boa sugestão para os fãs de quadrinhos é o encadernado “A guerra de Wade Wilson”, do nosso querido Deadpool, que foi lançado pela Salvat por esses dias no Rio, São Paulo e Paraíba – ou seja, vai demorar um pouco para chegar por aqui. A história de Duane Swierczynski e Jason Pearson mostra o mercenário tagarela participando de uma comissão de inquérito do Senado americano, que investiga um massacre ocorrido no México que teria o envolvimento de Deadpool, Silver Sable, o Mercenário e Dominó, a namorada (ou algo parecido) do anti-herói.

O problema é que Deadpool é louco de pedra, como já sabemos, e conta uma história que parece fazer sentido apenas para ele, com direito a reviravoltas típicas de um filme de tribunal. Ao final, não dá para saber o que é verdade, mentira ou delírio de Deadpool, mas por isso mesmo “A guerra de Wade Wilson” – que saiu lá fora pelo selo adulto Max, da Marvel – merece ser conferida.

Por enquanto é só, hora de ver o pau comendo solto no Facebook.

Vida longa e próspera. E obrigado pelos peixes.

Júlio Black

Júlio Black

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