Jim Gordon e a luta de pato chinês

Por JÚLIO BLACK

Oi, gente.

A temporada de seriados voltou, e resolvemos conferir o que fizeram com “Gotham”, que teve um final de primeira temporada bem mais ou menos depois que resolveram esticar a série de 16 para 24 episódios. Ciente de que a vaca corria o sério risco de deitar, a equipe de produção resolveu fazer mudanças pontuais em “Gotham”, e algumas delas funcionaram até o momento, mas outras não.

Começando pelo subtítulo “Rise of the villains” (“Ascensão dos vilões”), que a série ganhou este ano. Tem umas sacadas bem legais, como o Pinguim mandando no submundo de Gotham e o bilionário Theo Galavan posando de bom moço para – por baixo dos panos – realizar sua vingança contra a cidade que, segundo ele, foi construída pela sua família. Como não somos de entregar spoilers, o que podemos dizer é que essa parte da trama ganharia muito mais se não apostasse, em certos momentos, na vilania caricata que já vimos e não gostamos nos filmes do Batman na década de 1990 – por outro lado, o Jerome Valeska consegue fazer a gente se lembrar do vilão interpretado por um certo Heath Ledger. Mas Theo Galavan e Barbara Keane agindo no estilo “como gostamos de ser maus” não dá. Mas não mesmo. Parem com isso. Já o detetive Gordon, pelo jeito, deixou de ser personagem periférico em sua própria série, e também tivemos o início do treinamento do jovem Bruce Wayne. No geral, “Gotham” melhorou – e muito.

Mas nem só de TV vive o nerd, há os quadrinhos também. E poucas coisas são tão legais de se ler quanto “Astro City”, cujo segundo volume comprei e li com gosto esta semana. A série criada por Kurt Busiek nos anos 90 não tem nenhum dos super-heróis clássicos, mas é uma declaração de amor à mitologia criada com papel e nanquim no último século por gente como Stan Lee, Jack Kirby e Bob Kane, entre tantos outros, mostrando a relação dos seres humanos com aqueles que Grant Morrison definiu como “superdeuses”. “Astro City” não reinventa a roda ao mostrar um universo em que os super-heróis fazem parte do cotidiano e que possui um clima não de saudosismo, mas de um sincero otimismo que nos faz sentir bem ao chegarmos à última página.

Mas nem só de TV e quadrinhos vive o nerd, a gente gosta de música também. Fui dar uma última zapeada na TV, na madrugada desta quinta-feira, quando me deparei com o “Música de Brinquedo ao vivo”, do Pato Fu, que passava no Bis. E o que dizer do Pato Fu, minha gente? Poucas bandas neste país são tão interessantes de se ouvir e assistir, e ver o que eles fazem no palco com os brinquedos – transformados como instrumentos musicais – não é para qualquer um. Como diria o imortal Renato Russo, eles são fofos – Fernanda Takai, então, é simpatia e quase amor.

E por enquanto é só, parceiros no crime. Vida longa e próspera. E obrigado pelos peixes.

Júlio Black

Júlio Black

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