1991, um ano para ser ouvido – Parte 2

Por JÚLIO BLACK

Oi, gente.

Vamos dar continuidade à lista de álbuns clássicos de 1991 com uma pergunta: poderia uma banda indie escocesa ter o seu segundo álbum eleito como o melhor do ano no lugar de “Nevermind”, do Nirvana? A resposta é “sim” – pelo menos para a galera da revista americana “Spin”, que elegeu “Bandwagonesque”, do Teenage Fanclub, como Álbum do Ano há 25 primaveras atrás. E hoje, tantos anos depois, podemos dar toda razão do mundo aos coleguinhas da publicação ianque.

Quem acompanha a coluna deve ter lido há exatos dois meses a rasgada declaração de amor feita a “Here”, o mais recente trabalho do grupo capitaneado por Norman Blake e Gerard Love. Tratava-se apenas, todavia, de renovar os votos de admiração pelo Teenage Fanclub, coisa que teve início lá por meados dos anos 90 com a aquisição de “Bandwagonesque”, trabalho que (nunca é demais lembrar) fez Kurt Cobain apontar a banda como “a melhor do mundo”.

Lançado em 19 de novembro de 1991, o sucessor de “A catholic education” (“The king”, com sobras das gravações de “Bandwagonesque”, nunca foi reconhecido pelo grupo como um álbum oficial) tinha produção de Don Fleming, que ajudou a lapidar as influências do Teenage Fanclub: Big Star, Beatles, The Byrds, Beach Boys e mais alguma coisa dos anos 70. Ele também acrescentou um pouco de peso às guitarras, o que ajudou a ligar os rapazes ao movimento grunge nos Estados Unidos – algo que sempre rejeitaram, assim como o título de precursores do britpop. O resultado é uma dúzia de canções que colam no ouvido e cérebro do cidadão feito um Superbonder do cancioneiro pop, capaz de colocar o disco no rol de clássicos do rock and roll.

“Bandwagonesque” é repleta de clássicos do Teenage Fanclub, como “What you do to me?”, “Pet rock”, “Metal baby”, “I don’t know”, “Star sign”, “December” e “The concept”, canção sobre a guria fã de Status Quo, viciada em pílulas e que gosta do cabelo comprido do vocalista, e que termina com um “ahh-ahh-ahh” melancólico de sangrar o coração. Com pouco menos de 43 minutos de duração, é o tipo de álbum merece um “repeat” infinito no estéreo.

Vida longa e próspera. E obrigado pelos peixes.

Aviso aos desviantes
A coluna retorna no próximo dia 23 celebrando, enfim, os 25 anos de “Achtung baby”, do U2.

Júlio Black

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