Você DEVE ouvir o novo álbum do Teenage Fanclub

Por JÚLIO BLACK

Oi, gente.

Como o ah migo leitor e a ah miga leitora devem ter percebido pelo título da coluna desta semana, a audição de “Here”, o décimo e mais recente trabalho do Teenage Fanclub me deixou animado, muito animado, super animado, feliz. Isso mesmo, minha gente: FELIZ. Porque a boa música pop consegue a proeza de me deixar feliz ao mostrar que existem seres humanos capazes de criar coisas com rara sensibilidade num mundo em que tanta coisa ruim acontece.

E felicidade é o sentimento que diz “presente” toda vez que o quinteto escocês lança um novo trabalho, porque o Teenage Fanclub é bom demais da conta. Foi algo que descobri lá no início dos anos 90, quando a extinta revista “Bizz” fez uma resenha toda elogiosa ao terceiro álbum do grupo, “Bandwagonesque”, que adquiri tempos depois e transformou a audição dos primeiros segundos de “The concept” em amor sonoro à primeira vista, reforçado por trabalhos como “Grand Prix”, “Thirteen”, “Songs from Northern Britain” e “Shadows”, entre outros, além da descoberta de pérolas ancestrais como “A catholic education”. Kurt Cobain, do Nirvana, costumava dizer que o Teenage Fanclub era “a melhor banda de rock do mundo”. A verdade é que o Teenage é tão bom que uma de suas músicas, “Baby Lee”, é o ringtone que uso para A Leitora Mais Crítica da Coluna desde quando ela virou a razão do meu afeto.

Mas vamos falar do novo álbum, o primeiro lançado pelo grupo em seis longos anos. O sucessor de “Shadows” é o Teenage Fanclub que já conhecemos, e que gostamos que continue assim: canções sobre o amor e outros sentimentos que carregamos no peito compostas de forma singela e simples, sem necessidade de experimentar outros sons, batidas ou pulsações. São músicas pop perfeitinhas e redondinhas, fruto de influências como o Big Star de Alex Chilton e o cancioneiro pop inglês da década de 1960, a maioria com dois, três minutos de duração e que poderiam muito bem ser a trilha sonora de nossas vidas – e que se tornam amigas, companheiras a cada nova audição.

É impossível ouvir “Here” e não ser cativado por “The darkest part of the night”, “Hold on”, “The First sight”, “Live in the moment”, “It’s a sign”, “With you” e “Thin air”, canções de uma simplicidade que chega a emocionar. Contrariando a regra, porém, o Teenage Fanclub entrega o melhor logo no início, mais precisamente na faixa de abertura: “I’m in love” é perfeição pop em dois minutos e 41 segundos arrebatadores, em que versos como “Você veio a mim / com os braços abertos / Você não sabe / O que significa para mim / Garota, eu te devo minha vida / É tão bom / Com você ao meu lado / É o bastante, é o bastante / Estou apaixonado / Com seu amor” são embalados por uma melodia contagiante, que fazem o dia ficar muito melhor, perfeito até. É o tipo de música para ouvir duas, três, dez vezes a cada rotação planetária e pensar em como a vida é boa por ter A Leitora Mais Crítica da Coluna, o Imperador Django e Antônio, o Primeiro de Seu Nome ao meu lado.

Vida longa e próspera. E obrigado pelos peixes.

Júlio Black

Júlio Black

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