O exercício de escrever semanalmente as colunas nesse espaço acontece desde 2019. À convite da direção do jornal Tribuna de Minas, a qual agradeço muito pela oportunidade, minha expectativa é a de colocar a pauta do envelhecimento no dia a dia da cidade. Uma cidade que como tantas outras, envelheceu, como o próprio país.
Na realidade, o que temos hoje é o envelhecimento da população mundial. Como aqui moramos, aqui vivemos, aqui morreremos, desejo, na companhia de muitos outros profissionais, instituições e vocês, caros leitores e leitoras, promover reflexões, comentários e contribuir para que haja deliberações de ações concretas que possam efetivamente transformar o nosso envelhecimento num momento de vida ativo, cidadão e participativo.
Em síntese, com esse importante instrumento de comunicação social, que é a Tribuna de Minas, o que desejo, e sem nenhuma pretensão, é sensibilizar a cidade para a existência das mais de 100 mil vidas (com a idade de 60+) que ainda não estão num patamar de respeito e de consideração social e pública. Nossa cultura está cheia de preconceitos e tabus em relação a essa fase da nossa vida, que é a maturidade. Só que o mundo mudou, as sociedades mudaram. Estamos vivendo mais e vamos viver cada vez mais. Nossa expectativa de vida cresceu muito e de uma forma muito rápida. Estamos envelhecendo a passos rápidos. Essa nova realidade de mundo com uma contemporaneidade longeva precisa vir acompanhada de medidas sociais educativas que rompam com a exclusão social em que historicamente estão situadas as pessoas idosas, de um modo geral.
Tenho para mim também que é preciso cada vez mais falar, escrever, debater, conversar, tomar atitudes, mudar comportamentos sobre a experiência, sobre a realidade de viver mais. Se por um lado, é muito bom reconhecer que temos e teremos mais tempo de vida, por outro, essa conquista deveria ter mais espaço de atenção pública da sociedade e das cidades, e, porque, não dizer, ter mais atenção de nós mesmos que estamos envelhecendo ou que já estamos idosos?
Nessa direção de ampliar e de criar mais um espaço de interação social com vocês leitores, internautas é que criamos o canal “Longevidades” no Youtube. Como também aqui na TM, minha esperança é de chamar a atenção da cidade, repito – sem nenhuma pretensão – sobre a existência de vida das pessoas idosas, na realidade, falar de nós mesmos. Sim, é verdade, eu desejo ter muito a sua participação. Seu comentário, sua sugestão, sua crítica e, por fim, as considerações que desejar fazer sobre o que te entregamos.
Não quero ter razão sobre nada do que escrevo, quero colocar a pauta para o debate público, ter a sua companhia. Estou engatinhando nas redes sociais. Crescendo em presença digital. E desde já, peço a você, leitor e leitora dessa Coluna que também visitem, inscrevam-se no canal longevidades. E fiquem à vontade, como aqui no jornal, para participar comigo desse papo, dessa prosa. Antecipando alguns outros desejos para o ano que vem, 2025, no melhor esquema de um spoiler, desejo reunir em livro toda essa produção desses seis anos de colunas e que se não fosse a sua leitura nada disso teria sentido e significado para a comunidade e para mim. Muito obrigado.
falando de perspectivas locais, que bom registrar que a cidade passa a ter um olhar mais largo e profundo sobre a importância e a competência das mulheres, a necessidade de promover o bem-estar animal e o combate ao racismo. Ponto para o aumento desejável de nossa cultura cívica e cidadã. No entanto, sem apresentar qualquer nota de lamento, percebo que o segmento das pessoas idosas precisa ter o abraço de maior envolvimento da cidade, porque ainda não se encontra no pódio de ser vista e reconhecida por ela: por isso precisamos (continuar) falar mais do nosso envelhecimento.