Quais foram os progressos até aqui: como podemos acelerar?

"A criação do Pró-Idoso da AMAC, no dia 17 de junho de 1988, pelo Ex-Prefeito Tarcísio Delgado entrou definitivamente para a história da Geriatria e Gerontologia da nossa cidade. Esse foi, sem dúvida alguma, um grande progresso. O principal. E inaugurou institucionalmente na gestão pública o espaço de atenção às pessoas idosas. Que pode e deve ser maior, gigante! Passados 37 anos, o que temos de equipamentos públicos para essa população?"

Por Jose Anisio Pitico

A criação do Pró-Idoso da AMAC, no dia 17 de junho de 1988, pelo Ex-Prefeito Tarcísio Delgado entrou definitivamente para a história da Geriatria e Gerontologia da nossa cidade. Esse foi, sem dúvida alguma, um grande progresso. O principal. E inaugurou institucionalmente na gestão pública o espaço de atenção às pessoas idosas. Que pode e deve ser maior, gigante! Passados 37 anos, o que temos de equipamentos públicos para essa população?

Antes de responder a essa provocação é preciso, é justo destacar e reconhecer o trabalho desenvolvido à época, estamos no final dos anos 90 do século passado, a tradição da LBA -Legião Brasileira de Assistência com as pessoas idosas no país e aqui também no nosso município. Não confundir com LBV – Legião da Boa Vontade – que também realiza trabalhos sociais com a comunidade, inclusive com as pessoas idosas. Agora sim, voltando à questão colocada no título dessa coluna – quais foram os progressos alcançados até aqui?

Em quase quatro décadas passadas muito pouco se fez de ações, projetos e programas, no âmbito público, para o contingente idoso da cidade. Ainda numa outra gestão do ex-Prefeito Tarcísio Delgado;, ele, com sua competente equipe, criou na Secretaria de Saúde o Departamento de Saúde do Idoso, no dia 20 de dezembro de 1999. Ano consagrado pela Organização Mundial de Saúde como sendo o Ano Internacional do Idoso. Desse momento histórico para os dias atuais o que temos de políticas públicas organizadas para as pessoas idosas na cidade? Temos importantes eventos e realizações fundamentais, mas, robustez de políticas públicas para as pessoas idosas não temos. Como acelerar?

Retomar as deliberações das cinco Conferências Municipais da Pessoa Idosa já realizadas. Em junho, ainda, no primeiro semestre, a cidade, pelo Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa vai realizar a sua 6ª Conferência Municipal. Será que suas deliberações, como as anteriores, ficarão guardadas e esquecidas pelo Poder Público Municipal? Não. Desejo que não: sairão da poeira em que se encontram.

Nossos representantes políticos municipais – vereadores e vereadoras – precisam se envolver com as questões do envelhecimento: fazer de Juiz de Fora, uma cidade, efetivamente, amiga da Pessoa Idosa. O que falta? Falta sensibilidade política dos nossos agentes públicos. Falta educar a nossa cidade para o seu envelhecimento. Falta conhecer e cumprir o Estatuto da Pessoa Idosa.

Entrando no título da coluna, afirmo, categoricamente, que tivemos e temos muitos progressos na atenção pública às pessoas idosas na cidade. Entre outros destaques, correndo o risco, de não citar todos aqui, destaco os seguintes trabalhos consolidados de valorização das pessoas idosas. O programa da UFJF com a Terceira Idade. O trabalho social pioneiro do SESC é outro. A Pós-Graduação em Geriatria da Faculdade Suprema selando o compromisso inarredável da qualificação profissional na área. A Câmara Sênior da Câmara Municipal é um belo modelo de protagonismo de atuação política para as pessoas idosas. A existência do Conselho da Pessoa Idosa há quase trinta anos é motivo de orgulho cidadão, tendo em vista, o tamanho e dimensão geográfica do nosso Estado; são poucos, os municípios que estão organizados em Conselhos Municipais.

Podemos acelerar a criação de mais serviços para as pessoas idosas acolhendo as demandas colocadas por elas em vários instrumentos de participação social os já aqui citados e outros espaços de escuta da população idosa da cidade. Por que não criarmos o FÓRUM MUNICIPAL DA PESSOA IDOSA?
Só sei de uma realidade, caros leitores e leitoras: há muito o que fazer para a criação de uma cultura cívica e cidadã para a convivência diária com as pessoas idosas em nossa cidade. Na verdade, estamos pavimentando a nossa própria estrada. Estamos só começando.

 

Jose Anisio Pitico

Jose Anisio Pitico

Assistente social e gerontólogo. De Porciúncula (RJ) para o mundo. Gosta de ler, escrever e conversar com as pessoas. Tem no trabalho social com as pessoas idosas o seu lugar. Também é colaborador da Rádio CBN Juiz de Fora com a coluna Melhor Idade. Contato: (32) 98828-6941

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