Prepare o seu coração pras coisas que eu vou contar
PUBLIEDITORIAL
Unimed Juiz de Fora investe na medicina preventiva para incentivar hábitos, como a atividade física. Uma caminhada de 50 minutos, três vezes por semana, reduz em 30% risco do infarto e do derrame
Quando Geraldo Vandré e Théo de Barros compuseram “Disparada”, canção imortalizada na voz de Jair Rodrigues – vencedora junto com “A Banda”(Chico Buarque) do Festival de Música Popular Brasileira, em 1966 -, as motivações eram outras, mas os primeiros versos, título desta reportagem, são atualíssimos para destacar o que a cardiologia moderna considera como o melhor modo de encarar as doenças do coração: a prevenção. É chegada a hora de ouvir o que os médicos têm ‘pra’ falar e, caso a mensagem ainda não tenha sido suficiente, vale aproveitar o incentivo da próxima sexta-feira, dia 29, quando se comemora o Dia Mundial do Coração, para colocar em prática hábitos mais saudáveis e um novo estilo de vida que farão seu coração bater feliz, bem feliz.
“Está todo mundo correndo atrás de um remédio milagroso capaz de emagrecer, rejuvenescer, dar mais vigor físico, melhorar os indicadores de saúde e tantas outras, quando o mais simples e mais barato está bem ao alcance de todos”, explica o cardiologista e diretor Administrativo Financeiro da Unimed Juiz de Fora, Darlam Kneipp, ao se referir a uma alimentação mais balanceada, rica em frutas, legumes e verduras, à prática da atividade física – “50 minutos de caminhada três vezes por semana são suficientes” -, e à cessação do tabagismo.
“A vida cada vez mais atribulada das pessoas leva ao consumo excessivo de alimentos processados, industrializados, aos fast foods, com a ingestão de substâncias nem sempre ideais à boa saúde e ao bem-estar, que provocam, por exemplo, a obesidade. Junto com a obesidade, agravada muitas vezes pelo sedentarismo, vêm uma série de outras doenças, como diabetes mellitus e a hipertensão arterial. Por isso, digo sempre no consultório e nas palestras que faço: Vá mais à feira livre que ao supermercado”.
Na luta contra uma cadeia de agentes e fatores, até mesmo por influências externas, como a reprodução do modelo americano (os EUA enfrentam uma guerra contra a obesidade, inclusive infantil), e da publicidade que massifica comportamentos questionáveis, a Sociedade Brasileira de Cardiologia venceu um importante round. Conseguiu aprovar, com o apoio do Ministério da Saúde, a lei que obriga a indústria de alimentos a reduzir em 10% a quantidade de sal adicionada aos produtos.
“Não haveria necessidade de legislação se a própria indústria se dispusesse a incluir na embalagem mensagens de incentivo a hábitos mais saudáveis, bem como alertas sobre o uso excessivo de algumas substâncias”, acrescenta o cardiologista. “Recebemos hoje, em nossos consultórios, um perfil de pacientes que não tínhamos: crianças. Boa parte delas, obesas”, conta Darlam Kneipp em tom de preocupação. E não é por menos. “Por trás de uma criança obesa tem sempre um adulto obeso, quando não a família toda. Até o cachorro da casa costuma ser obeso também. Ou seja, é necessária uma reeducação alimentar que inclua toda a família. Sem contar que as crianças são alvos fáceis da publicidade e estão cada vez mais com poder de decisão em casa”.
Hipertensão, a inimiga silenciosa
Quem está esperando sentir pressão na nuca, dor de cabeça e dormência para considerar-se hipertenso e daí procurar o médico corre sérios riscos, alerta o cardiologista Darlam Kneipp. Silenciosa, a doença que ocupa a primeira posição no ranking das enfermidades cardíacas não manda aviso e só pode, de fato, ser diagnosticada pela medição da pressão arterial. ” É uma prática importante que reduz muito a probabilidade de outros problemas graves, como o Acidente Vascular Cerebral (AVC)”, acrescenta o diretor da Unimed Juiz de Fora.
Em geral atrelada à obesidade, a hipertensão está direta ou indiretamente ligada a pelo menos 50% das mortes decorrentes de doenças cardiovasculares. Segundo informações do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel)- 2017, do Ministério da Saúde, o diagnóstico de hipertensão arterial aumentou 14,2% no Brasil nos últimos 10 anos, principalmente entre mulheres. A pressão alta atinge agora 25,7% da população.