O pior Brasileirão que já vi
Nesta quinta-feira, enfim, termina este maldito Campeonato Brasileiro de 2020. Sem sombra de dúvidas, por inúmeros motivos, a pior edição de Série A que já vi. Me atrevo a dizer que mais da metade dos clubes do país tentou cair. Mas apenas quatro podem obter esse sucesso. Botafogo, Coritiba, Goiás e Vasco não mediram esforços para tal.
Como meu colega jornalista Gabriel Ferreira Borges bem destacou em sua coluna A Palo Seco, publicada nesta terça, o Vasco sofreu o rebaixamento mais longo de sua história. E como o jornalista Rodrigo Capelo – do qual sou fã – destacou ainda em 2015 em sua coluna, no terceiro rebaixamento cruzmaltino, aquele não seria o último descenso. Desde o golpe de Alexandre Campello, aliado a Eurico Miranda, Roberto Monteiro e outros responsáveis diretos pelo status vascaíno no século, eu já afirmava com amigos íntimos: “O Vasco acaba de validar uma nova passagem à Série B.” Demorou mais do que eu imaginava, confesso. E não há dúvida de que podemos dizer o mesmo do Botafogo, pela má política enraizada no Alvinegro, que corrói seu esqueleto cada vez de forma mais acelerada e dolorida aos que não merecem: seus torcedores.
Certo é que o pesadelo do quarteto poderia ter sido também o de Sport, Fortaleza, Bahia, Corinthians… não faltam são maus exemplos, seja dentro ou fora de campo – o Tricolor de Aço tem sido exceção no que se diz respeito à gestão administrativa, mas sofreu muito mais do que o previsto em campo.
Com a pandemia, apesar de desaprovar a retomada do futebol, assisti dezenas de partidas do Brasileirão, como sempre faço. E se muitos “buscaram” cair, quase ninguém quis o título. As fragilidades defensivas do São Paulo e do Atlético-MG, além da saída de Coudet e a contratação de Abel Braga no Inter, apenas aumentaram a tal imprevisibilidade do Brasileirão que, nesta edição, foi em baixíssimo nível.
Bom para o Flamengo que, basta jogar 50% do que fez em 2019, e sobra. Mesmo com um início fraquíssimo, é o favorito ao bicampeonato.
Certo é que, talvez por merecimento da querida Confederação Brasileira de Futebol, vivenciamos pesadelos ao ligar a televisão para acompanhar jogos como Corinthians x Vasco, para citar um dos mais recentes filmes de terror. O visitante desesperado e desorganizado como sempre desde a saída de Ramon Menezes, diante dos donos da casa cansados, limitados, totalmente desinteressados e apáticos.
Mas, diante de um calendário do nível da entidade que comanda o futebol do país mesmo em condições normais, o que poderíamos esperar de um campeonato em cenário pandêmico, que sequer deveria ter acontecido? O 7 a 1 seria, de fato, único?