Chega logo, domingo
Não serei desonesto por aqui: já critiquei muito os campeonatos estaduais. São longos. Monótonos. Atrapalham o calendário. Impedem a realização de pré-temporadas, tão necessárias para elevar a qualidade de nosso – ora pobre – futebol. Regulamentos esdrúxulos. Mil defeitos. Mas não podemos negar que o trem tem lá seu charme. É bacana por demais ver um Flamengo e Vasco valendo título, mesmo que no momento atual seja uma luta de Davi x Golias do ponto de vista financeiro. O que seria de Minas sem um Cruzeiro e Atlético e feijão tropeiro no Mineirão? O que falar de um Corinthians e São Paulo valendo a taça? Dos estaduais vieram nossas melhores tradições esportivas.
Em tempos em que a moda é Champions League e Messis e Cristianos Ronaldos, eu gosto mesmo é do lambari pescado no Rio da minha terra. O futebol por aqui anda meio ruim, mas ainda é nosso. Por isto, já acordei nesta sexta-feira contando as horas para chegar o fim de tarde de domingo, embora esteja rezando para o feriado durar a eternidade de um justo descanso. Gosto de ver o circo pegando fogo. De ver o rio de lamúrias com os equívocos da arbitragem. Das polêmicas com o chatíssimo VAR. Das mesas redondas eternas em que os comentaristas mudam de opinião ao sabor do momento.
Enfim, eu gosto mesmo é do jogo jogado em terra brasilis e sou afeito a todas as nossas idiossincrasias. Chega logo, domingo! Com chocolate, cerveja no copo e futebol na telinha da TV ou no radinho de pilha. Ponto final.