Menos, gandula, menos…
A cena é patética. Aos 46 minutos do primeiro tempo do duelo entre Corinthians e Universidad de Chile pela Copa Sul-Americana, o zagueiro Jara tem pressa para cobrar um lateral para a equipe chilena. Na afobação, levanta o braço para advertir o gandula como quem pede pressa. Há um ligeiro toque entre as duas personagens envolvidas no lance. Um toque e a eternidade de um segundo, antes de o gandula perceber a oportunidade de dar uma de “espertão”, levar a mão na barriga e se jogar no chão como quem tivera sido agredido. Uma simulação hilária e trágica ao mesmo tempo.
Um dia depois de o fato ganhar as redes sociais em postagens jocosas, o gandula foi entrevistado pela grande mídia. Ganhou seus 20 minutos de fama além das zoeiras dos memes da internet. Admitiu o engodo. Disse que o toque de Jara não foi tão forte e que queria mesmo “ajudar o Corinthians”, induzindo a arbitragem ao erro e a mostrar um cartão amarelo ao chileno. Calma lá, amigo! Sou corintiano e não acredito que o Corinthians ou qualquer time precise deste tipo de “ajuda”.
Sem pegar o gandula para “Cristo” – ele é mais vítima de um sistema picareta do que qualquer outra coisa -, temos que rechaçar tal tipo de atitude, tão corriqueira e tão aceita em nossa sociedade. Principalmente, no futebol, onde todo mundo quer dar de “espertão” até nas peladas de fim de semana com a simulação de lances inexistentes.
Não, amigos! Seja na vida ou no esporte, vitórias ou quaisquer vantagens construídas na base de engodos ou picaretagens não são vitórias ou vantagens. São apenas reflexos da corrupção moral que assola nossos espaços políticos e acaba sendo endossada por atos que praticamos e aceitamos em nosso cotidiano, como o do gandula, que tentou fazer valer a chamada “Lei de Gérson”.