São Glaysson
Naquela espera tradicional na fila do caixa eletrônico, quando qualquer conversa alheia vira alvo dos seus ouvidos, escuto dois senhores a jogar o tempo fora, ontem, pela manhã. “Aquele tem mão grande, não deixa passar nada.” Já influenciado pelas notícias matinais imagino que o assunto seria a última prisão da lava-jato. Ledo engano aqui do colunista. Descobri que o papo era outro, com a conclusão do companheiro dele de conversa: “E quando ele não pega, a trave ajuda. Goleiro bom tem sorte, o Tupi tem goleiro.”
Agora quem enganou-se foi o papeador da fila. Não é sorte, é trabalho… e simpatia. Quem acompanha os exercícios do preparador de goleiros, Walker Campos, sabe o quanto o arqueiro é exigido. Difícil ver o nosso Glaysson sem as gotas de suor na testa, além da alegria sempre estampada no rosto. Na verdade, seu sorriso conquista até as traves, duas amigas na última partidas do Tupi.
Contra o Tombense, mais uma vez o defensor Carijó teve papel de protagonista. Quando não se mostrou presente, suas amizades – as traves – vieram para ajudar. Com um porte físico diferente do estereótipo “magro e alto” exigidos para os goleiros, Glaysson engana. Engana quem não acredita que ele pode voar alto. A sorte, na verdade, é do Tupi, de ter o arqueiro, a simpatia em forma de goleiro, menos com os atacantes adversários.