Vazamento é um inferno. Tem sempre alguém que estava com a vida tranquila, sem sequer imaginar que a vida ia ser interrompida por um fluxo inesperado que interdita a ordem normal das coisas, fazendo com que a gente tenha que estancar um problema que segundos atrás não estava ali. A culpa sempre é de alguém: de quem não teve o cuidado devido e acabou prejudicando o vizinho, de um sistema cheio de falhas e gambiarras de quem ninguém suspeitava e até da má-fé de quem quer mais é que os outros se explodam. Seja como for, é sempre um estorvo.
Muitas vezes, na tentativa de resolver o desastre, cria-se um outro pior. Tapa-se um buraco e o fluxo vai, louco, para mil outros, abrindo mil novos buracos de que a princípio o vazamento sai feito jato. Vaza-jato. mas mesmo depois que se fecha o registro, não para de gotejar. Sempre sai mais alguma coisinha, escapa mais um pouco de onde tanto queriam que, depois de tanto jorrar, já feito o estrago, o vazamento ficasse delimitado onde está, pronto. (Até porque, não raramente, quanto mais vaza, mais fede).
Como tenho talento zero para qualquer reparo doméstico, em todas as vezes que algum vazamento me estragou o dia, a semana e o humor, sempre apelei para alguém com conhecimento técnico que pudesse resolver minha vida. Mas desconfio que alguns escapamentos são inestancáveis que outros, criando danos irreversíveis e sempre apontando, no fim das contas, quem teve culpa no cartório. Mas pode ser apenas fruto de, como bem disse, minha inaptidão para consertos e afins. Na maioria das vezes, para pias, banheiros e similares, um bom serviço hidráulico resolve. Sobre desmandos, abusos e outras modalidades, aí eu já não sei.