Alzheimer é a forma mais comum de demência (50 a 70% dos casos). Demência é quando ocorre perda da função cerebral causando problemas cognitivos (que é o processo de aquisição de conhecimentos), problemas de memória, atenção, raciocínio, capacidade de fazer planejamento, problemas de linguagem, comportamento e até da habilidade de se cuidar.
O mal de Alzheimer foi descrito em 1906 pelo neurologista alemão Alois Alzheimer. É uma doença degenerativa, progressiva e irreversível, que vai se agravando ao longo do tempo causando danos ao cérebro que já não consegue funcionar corretamente. Como ela se manifesta lentamente, geralmente com perda da memória recente, acaba sendo confundida com stress ou mesmo com o processo de envelhecimento.
O mal de Alzheimer pode ser dividido em três fases, mas na literatura internacional a doença é dividida em sete estágios. A fase I, que é a fase leve, vai do 1º ao 3º estágio. A fase II, que é a moderada, vai do 4º ao 5º estágio. E a fase III, que é grave, vai do 6º ao 7º estágio.
-Estágio I pode haver danos cerebrais, mas é assintomático. A pessoa tem vida normal.
-Estágio II começa a ter um esquecimento leve, não lembra do nome de algumas pessoas ou onde guardou determinados objetos.
-Estágio III já coloca o objeto em local errado, faz a mesma pergunta várias vezes, começa a se perder em viagem ou passeio e tem dificuldade de fazer planejamentos.
-Estágio IV o esquecimento é mais acentuado sobre fatos recentes, histórias pessoais e familiares, dificuldade pra preencher alguns relatórios ou documentos e já começa a ficar um pouco desorientado em relação a data e apresentar alteração do humor.
-Estágio V a memória já está bastante comprometida. Não lembra data, endereço e tem dificuldade em tarefas básicas como a higiene corporal.
-Estágio VI declínio cognitivo avançado, esquece o nome até dos familiares. Apresenta problemas de sono, confusão mental, irritabilidade, agressividade, delírios, além de dificuldades motoras (não consegue se vestir ou colocar os sapatos).
-Estágio VII apresenta apatia, rigidez muscular e articular, dificuldade pra mastigar e até pra engolir.
A causa do Alzheimer é desconhecida. Sabemos que no Alzheimer ocorre falhas no processamento de algumas proteínas do sistema nervoso entre elas a TAU e a Beta–Amilóide que se acumulam no tecido cerebral provocando desequilíbrio e levando à morte de neurônios, e acredita-se que exista um forte fator genético para isso. Além do fator genético temos fatores ambientais que podem contribuir para o desenvolvimento da doença como intoxicação por metais pesados (principalmente o alumínio), obesidade, diabetes, hipertensão arterial, traumatismo craniano, infecção por vírus, tabagismo, processo de envelhecimento, depressão e o isolamento social.
O diagnóstico é feito através de uma avaliação médica. É necessário verificar o histórico familiar, fazer testes cognitivos para avaliar a memória e o pensamento do paciente, exame neurológico, tomografia ou ressonância magnética. O Alzheimer vai acometer aproximadamente 10% das pessoas com mais de sessenta e cinco anos e 25% com mais de oitenta e cinco, mas pode se desenvolver precocemente por volta dos cinquenta anos de idade.
A doença não tem cura. As medicações atuais tentam estabilizar a doença ou diminuir a perda funcional, buscando melhorar a qualidade de vida do paciente. Existe uma nova droga chamada donanemab que promete uma diminuição do avanço da doença em cerca de um terço. O donanemab, assim como lecanemab, outra droga que se mostrou eficaz pra retardar a doença, funciona como anticorpos desenvolvidos para a Beta-Amilóide que se acumula nos espaços entre as células cerebrais, formando placas que são características da doença de Alzheimer. No entanto a droga provoca um inchaço cerebral que pode levar a morte. Lembrando que essas drogas parecem funcionar apenas nos estágios iniciais, antes do cérebro estar muito danificado. No Reino Unido o locanemab custa em torno de 21 mil libras, que é cerca de 132 mil reais por ano por pessoa.
Segundo James Pickett da Sociedade Britânica de Alzheimer muitos fatores contribuem para o desenvolvimento da demência e muitos casos poderiam ser prevenidos com mudanças no estilo de vida. Fazer atividade física regularmente, evitar o álcool e o fumo, controlar doenças crônicas como diabetes e hipertensão arterial, cuidar da alimentação e manter o peso corporal.
Um estudo brasileiro publicado no periódico Neurology mostrou que indivíduos que consomem altos níveis de gordura trans podem ter até 75% mais chances de desenvolver Alzheimer e outras doenças. A má alimentação acelera a degeneração dos neurônios levando a degeneração da memória. Os inimigos são as gorduras trans, álcool, alimentos ricos em sódio, conservantes, açúcar, adoçantes, frutose (que está presente nas bebidas e sucos industrializados).
Existe um estudo realizado na Universidade Nacional de Singapura que mostra que comer cogumelos protege o cérebro. Além dos cogumelos, temos que usar alimentos ricos em ômega 3: peixes (sardinha, atum), quinoa, chia, linhaça. Cúrcuma que tem uma ação antioxidante (na Índia, que tem alto consumo de Cúrcuma, tem baixa taxa de Alzheimer). Selênio que melhora a atividade dos neurotransmissores, então o abacate, avelã, castanha do Brasil. Ferro (que ajuda na oxigenação cerebral), vísceras, folhas verde escuras (agrião, couve), grãos integrais, grão de bico. Uva que tem flavonoides e fisetina. Ovo, que possuí colina e zinco que melhora as membranas dos neurônios e está presente também nas ostras. Chocolate amargo que é rico em flavonoides que favorece o poder de memorização e é um poderoso antioxidante.