Redução no diesel está em vigor, mas não é sentida nas bombas

Economista aponta que efeitos demoram para ser percebidos no final da cadeia


Por Tribuna

07/05/2025 às 06h00

A Petrobras anunciou, na segunda-feira (5), a redução nos preços de venda do diesel para as distribuidoras em R$ 0,16 por litro. O novo valor é de R$ 3,27 por litro a partir desta terça-feira (6). Segundo a estatal, o valor do diesel para o consumidor passará a ser, na média nacional, de R$ 2,81 por litro. Isso porque há uma mistura obrigatória de 86% de diesel A e 14% de biodiesel para composição do combustível vendido nos postos. 

Porém, em Juiz de Fora, a média já é, naturalmente, bem maior. Na pesquisa mais recente divulgada pelo Procon, de 30 de abril, a média registrada para o diesel S-10 era de R$ 6,27, enquanto o S-500 era de R$ 6,11 o litro. A Tribuna percorreu, nesta terça-feira, alguns postos pelo Centro da cidade, onde observou preços iguais aos registrados na última pesquisa. Não foi identificada nenhuma redução. 

Redução no preço do diesel já está em vigor
Foto: Leonardo Costa

Como explica o professor de Economia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Wilson Rotatori, cada mercado, localmente, tem uma estrutura mais ou menos concorrencial, que faz variar a redução até chegar ao consumidor.

Além disso, ele explica que existem estudos no Programa de Pós-Graduação da Universidade que analisam a questão da assimetria: “Na realidade, o que a gente observa no mercado de combustíveis é que quando há um aumento do preço da refinaria, a subida do preço é rápida. Quando há redução, sempre leva um tempo para descer o preço para os consumidores. É um resultado que a gente tem de uma maneira geral, inclusive no país”.

Rotatori pondera que o consumidor deve, sim, esperar uma redução do preço do diesel. “O impacto é imenso, a começar pelo próprio preço dos demais combustíveis – o etanol e a gasolina – porque eles são transportados por caminhões das distribuidoras até os postos de gasolina. Também há um efeito grande sobre toda a cadeia de transportes. As transportadoras vão conseguir fazer um frete mais barato. O impacto é grande na economia como um todo, porque a nossa matriz de transporte depende muito do caminhão”, detalha o professor. Fato ressaltado é que leva tempo.

A respeito de um possível monitoramento pela Promotoria de Defesa do Consumidor de Juiz de Fora, o promotor Juvenal Folly informa que “não houve provocação, portanto, nenhum procedimento foi instaurado na curadoria do consumidor sobre a questão”.

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