Taça das Favelas reúne mais de 300 torcedores no Bairro Santa Rita
Competição foi vencida pela A Inter Geraes, após final contra o Baixada F.C
Nos últimos dias, diversos atletas de várzea estiveram no campo do Bairro Santa Rita, na Zona Leste de Juiz de Fora, para a disputa da Taça das Favelas. A competição teve o objetivo de promover a inclusão social nas comunidades periféricas, oferecendo uma alternativa de esporte e lazer para os moradores. A final, vencida pela A Inter Geraes por 8 a 1 em jogo contra o Baixada F.C. no domingo (19), reuniu cerca de 300 torcedores.
Organizada por João Oliveira, Dj Luccas e Cliscian Souza, a Taça das Favelas contou com a participação de oito equipes de diferentes bairros da cidade, que se enfrentaram em um modelo de mata-mata. “Temos alguns projetos para a comunidade e queríamos levar o futebol. Para tirar a imagem negativa, acabar com o preconceito. Organizamos tudo e trouxemos jogadores conhecidos, como o Eldinho, ex-Tupi. Este projeto representa um passo importante na valorização do esporte nas periferias, ao mesmo tempo em que promove o fortalecimento dos laços comunitários”, diz João.
Taça das Favelas tem “clima diferente”
Um dos jogadores do time campeão é Wellington Santos, o “Wellitim”, com passagem no futebol profissional pelo Villa Real. “Foi uma experiência legal, o clima é diferente de outras competições. Sempre bom estar com nossos amigos e fazendo aquilo que gostamos, mas nesse caso era um pouco diferente porque estávamos representando toda uma comunidade. Acredito que quem é de fora não tem essa noção, mas para quem está dentro das comunidades, sabe como é difícil o dia a dia. Foram momentos em que só tivemos alegria”, declara.
Também conforte Wellitim, a competição ajuda a apagar o estigma social das favelas. “São muitas famílias honestas e crianças que sonham em ter um futuro. Precisamos de muito mais apoio da Prefeitura, para que as pessoas consigam ver além do estereótipo marcado sobre as comunidades. Só assim vamos salvar aquele menino que precisa de uma oportunidade, mas não tem condições de pagar mensalidades de escolinha”.
A conquista pela equipe foi “a cereja de bolo”, como o atacante define, de uma história construída há mais de cinco anos. Os atletas começaram a jogar juntos no Sport Club, aos 15 anos. Depois dos 20, cada um foi para um time. “Mas o ‘Barbudinho’, pai do Gustavinho, que joga conosco, pedia para voltarmos a jogar juntos. Acabamos perdendo ele para a Covid, mas o título foi uma homenagem, por ser na comunidade e com o uniforme dele. Foi mais que um título com amigos, uma honraria a alguém que sempre esteve do nosso lado e torcendo que ficássemos juntos para o resto da vida”, conta Wellitim.
*Sob supervisão do editor Gabriel Silva
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