Prefeitura de Leopoldina decreta intervenção administrativa na Casa de Caridade Leopoldinense
Determinação foi tomada após escândalos envolvendo médicos da instituição
O prefeito de Leopoldina, Pedro Augusto Junqueira Ferraz, determinou, nesta segunda-feira (16), intervenção administrativa na Casa de Caridade Leopoldinense. A iniciativa foi tomada com respaldo do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e estabeleceu a destituição da diretoria e do conselho do único hospital da cidade e nomeou o secretário municipal de Saúde, Márcio Vieira Machado, como interventor interino.
A medida foi tomada após a operação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), investigar possíveis irregularidades na Casa de Caridade Leopoldinense. Antes mesmo da intervenção administrativa decretada nesta segunda-feira, o afastamento da Provedora e da Diretora Técnica da Casa já havia sido determinado.
Conheça o caso
Quatro médicos anestesistas que atuavam na Casa de Caridade Leopoldinense foram presos na quinta-feira (12) durante a operação Onipresença, deflagrada pelo MPMG, por meio do Gaeco. A investigação indicou a existência de possível associação criminosa dos profissionais, que juntos compunham uma pessoa jurídica. Eles são suspeitos de manipular escalas e fazer plantões simultâneos também no Hospital São Salvador, situado em Além Paraíba, a cerca de 55 quilômetros da unidade de Leopoldina.
Além dos quatro anestesistas presos temporariamente e afastados dos serviços ligados ao SUS, o MP solicitou o afastamento do provedor e da diretora técnica da Casa de Caridade Leopoldinense.
Intervenção
Em nota, a Prefeitura de Leopoldina, esclareceu que, durante o período de intervenção, um plano de trabalho será implementado e relatórios periódicos, a cada 90 dias, serão encaminhados tanto para o Executivo municipal como para a Câmara de Vereadores e ao Ministério Público de Minas Gerais. Ainda segundo a nota divulgada nos perfis da Prefeitura nas redes sociais, o Executivo informou que o horário de funcionamento da unidade e a rotina de atendimento à população não serão alterados, afirmando que a “principal finalidade desta ação é assegurar o pleno funcionamento do hospital, preservando os princípios fundamentais do SUS”.
Em coletiva, o prefeito Pedro Augusto Junqueira Ferraz justificou a ação. “Diante dos fatos, eu não posso deixar o hospital à deriva, com uma provedora afastada do cargo, com uma diretora técnica do hospital afastada do cargo, com anestesistas que não estão mais à disposição do hospital”.
A decisão veio um dia após a Casa de Caridade Leopoldinense afirmar pelas redes sociais que a partir desta segunda “uma nova empresa de anestesia será responsável pela prestação dos serviços anestésicos em nosso hospital. Com isso, as cirurgias de urgência e emergência serão retomadas imediatamente, garantindo o atendimento necessário para casos críticos.”
Procuradas Tribuna, a Casa de Caridade Leopoldinense e a Prefeitura de Leopoldina não se pronunciaram até o fechamento desta matéria.