Apenas 1% dos resíduos coletados em JF é reciclado
Ao todo, coleta seletiva recolheu 2.040 toneladas de materiais em 2023; índice está abaixo do nacional
O índice de coleta de lixo reciclável em Juiz de Fora está abaixo da média nacional. De acordo com dados fornecidos pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb), as rotas de coleta seletiva receberam cerca de 170 toneladas por mês em 2023, enquanto as de coleta domiciliar recolheram cerca de 530 toneladas por dia, totalizando 15.900 toneladas/mês. Além disso, o Programa Boniteza desenvolveu o projeto “Coleta Seletiva na Praça”, recebendo cerca de 5 toneladas às quintas-feiras na Praça da Estação, de maio a dezembro – cerca de 160 toneladas no período. Portanto, do total de resíduos recolhidos na cidade no ano passado (193 mil toneladas), cerca de 1% foi para a reciclagem, enquanto no Brasil esse índice não ultrapassa os 3,5%.
Em junho do ano passado, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) lançou o projeto “Lixo Zero”, que aumentou a cobertura da coletiva seletiva para mais 51 bairros e dois territórios de Zonas Especiais de Interesse Social. Com isso, o serviço de coleta seletiva passou a ser oferecido a 90% da população da cidade. No entanto, embora a área de captação tenha aumentado, o número de materiais reciclados em 2023 foi ainda menor do que o registrado em 2022. No ano passado, o Demlurb coletou 2.040 toneladas de lixo no ano, enquanto em 2022 esse número chegou a 2.070.
Dados divergentes
Ao ser questionado pela Tribuna em relação aos dados iniciais apontarem uma redução da coleta seletiva mesmo após o projeto “Lixo Zero“, o Demlurb retificou o dado inicial e informou que, na verdade, em 2022 a coleta seletiva recolheu apenas 892 toneladas de resíduos recicláveis na cidade. Enquanto no ano passado, após a campanha, esse número subiu para 1.252 toneladas, representando um aumento de cerca de 40%. Segundo o Departamento, os dados são baseados no levantamento diário da coleta seletiva, após a ampliação do serviço para 90% da área urbana. A reportagem solicitou maiores esclarecimentos à PJF sobre a divergência dos dados, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
O Demlurb ainda informou que realiza outras campanhas intersetoriais, como a coleta de resíduos de secretarias da própria Prefeitura. “Esse material também é destinado às associações parceiras. No entanto, para o maior êxito da iniciativa do Lixo Zero, é necessário a adesão da população ao serviço ofertado.”
Em relação às ações desenvolvidas para aumentar a adesão da população ao serviço de reciclagem, o departamento disse que já promove atividades de conscientização através do projeto de educação ambiental nas escolas municipais desde o ano passado. A iniciativa é realizada por meio de convênio firmado com a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Além disso, o órgão afirmou que está previsto a construção de novos ecopontos para o descarte correto em outras regiões do município, “bem como contínua ação de coleta seletiva em ponto fixo semanalmente, no Centro”.
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Diferença entre as coletas seletiva e domiciliar
Conforme explica o Demlurb, a coleta domiciliar se refere à coleta de resíduos realizada nas residências e no comércio. Os resíduos coletados por meio da coleta domiciliar são encaminhados ao aterro sanitário de Juiz de Fora.
Já a coleta seletiva é realizada em dia distinto da coleta comum, e recolhe resíduos recicláveis que foram segregados do lixo comum pela população, e que posteriormente são encaminhados para reciclagem. É realizada em caminhões específicos e reduz a quantidade de resíduos enviados aos aterros sanitários.
O material reciclado é destinado às Associações de Catadores de Materiais Recicláveis credenciadas junto à Prefeitura, gerando renda para mais de 70 famílias. Os dias e horários da podem ser consultados por meio do site do Demlurb.
O que pode ser reciclado?
Papel, plástico, vidro e metal são materiais recicláveis. Já os itens como lâmpadas, espelhos, papéis higiênicos e guardanapos usados, móveis, itens de madeira, mdf e materiais correlatos, além de resíduos orgânicos, como restos de alimentos e resíduos de jardim não podem ser reciclados.
As pilhas e baterias são materiais que devem ser separados no momento de descarte e levados aos coleta de lixo eletrônico. Os medicamentos e lâmpadas fluorescentes também não devem ser descartados junto aos resíduos comuns ou recicláveis, devendo ser destinados a farmácias e à coleta de lixo eletrônico, respectivamente.
O município também conta com um espaço exclusivo para o descarte de pneus, no ecoponto de Nova Benfica, para evitar que esses materiais tornem-se criadouro de insetos e vetores de transmissão de doenças. No caso de dúvidas sobre os materiais é possível entrar em contato através do canal de atendimento do “Alô, Demlurb”, no número 3690-3500.