Motoboys se queixam de blitze policiais para conter ‘rolezinhos’
De acordo com associação, abordagens policiais estariam causando atrasos a trabalhadores, que não descartam paralisação
A ação ostensiva da Polícia Militar (PM) para coibir a prática de “rolezinhos”, prática considerada criminosa em que motociclistas trafegam em alta velocidade causando muito barulho, tem colocado a Associação dos Motoboys, Motogirls e Entregadores de JF (AMMEJUF) em alerta. Para o secretário da AMMEJUF, Nicolas Souza Santos, a “falta de critérios” nas abordagens feitas pela PM não difere quem está no exercício da profissão ou praticando atos de desordem.
Nesse sentido, Nicolas relata que a ação estaria abordando motoboys “até dez vezes no mesmo dia” – o que, de acordo com ele, tem sido um obstáculo diante da agilidade necessária no cotidiano dos trabalhadores. Nicolas afirma que a Associação está aberta para que critérios mais claros sejam esclarecidos pelas forças de segurança junto ao poder público. Contudo, a entidade afirma que não descarta a possibilidade de paralisação da categoria, “caso a situação não seja resolvida”.
“Se você já passou na primeira blitz, já está resolvido, o cara já está liberado. Por que ele está parando em outras nove? A gente trabalha com um serviço que demanda agilidade. É por isso que a gente anda de moto, se não a gente estava entregando de carro. E a gente está sendo atrasado”, diz. A proposta do representante da AMMEJUF é que sejam repensadas e esclarecidas as estratégias de abordagem.
Nesta quarta-feira (27), a PM lançou a operação de combate a novos “rolezinhos” no Ano Novo no estado. De acordo com o diretor de operações da PMMG, coronel Flávio Godinho, em entrevista à Agência Minas, afirmou que o foco da corporação não eram os trabalhadores.
“Vale destacar que muitas pessoas utilizam as motocicletas para o trabalho e deslocamentos, e que a operação terá como foco aqueles que utilizam esses veículos para cometer crimes”, destacou.
Por nota, a PM afirma que não há motivos para reclamações, já que as medidas adotadas são voltadas para fiscalização de todos os condutores. A corporação afirma que tem critérios nas blitze e acrescenta que “aqueles que estão cumprindo a legislação de trânsito não têm como se prejudicar”, mas os que estão com veículo irregular ou conduzindo de forma contrária às normas responderão pelas infrações ou crimes previstos na legislação. “Aquele que está com tudo legalizado não sofrerá sanção.”
Blitze estão previstas para ocorrer em todo estado
A operação preventiva de combate a pertubação do sossego e direção perigosa, lançada na quarta, ocorre em todo o estado, e seguirá até o próximo ano. A ação é uma resposta a prática do “rolezinho” que foi disseminada durante o natal.
A prática envolve um grupo de pessoas que conduzindo motocicletas assumem condutas inapropriadas no trânsito, desde manobras a barulhos em excesso. Os grupos que agiram desta forma durante o Natal viraram alvo da polícia, que montou frentes para coibir a postura por todo estado e, também, em diferentes pontos da cidade.
Até o momento, mais de cem pessoas foram presas e 1,5 mil motocicletas apreendidas.