Falta de água já dura quatro dias em regiões mais altas de JF
Cesama informou que, com onda de calor, consumo de água aumentou em 27%, prejudicando abastecimento
Com as temperaturas batendo recorde em Juiz de Fora, famílias sofrem com o desabastecimento de água desde sexta-feira (10). Em bairros como Novo Horizonte, Santos Dumont, Santo Antônio, Caiçaras, São Benedito e outros, a falta d’água completa quatro dias nesta terça-feira (14). O motivo, conforme a Cesama, foram falhas elétricas durante a captação de água na represa de Chapéu D’Uvas que aconteceram na última sexta-feira e no domingo (12).
Em nota, a companhia afirmou que o sistema de abastecimento de água da cidade ficou desestabilizado, causando reflexos especialmente nas regiões mais altas. A onda de calor também foi apontada como um outro motivo para demora na normalização do abastecimento. De acordo com a Cesama, desde o fim de semana, foi registrado um aumento de 27% no consumo de água devido às altas temperaturas.
Nessa terça-feira (14), o sistema se recupera de forma gradativa, e a Cesama afirmou que segue monitorando os pontos onde o desabastecimento persiste. “A orientação é para que a população faça uso racional da água até que a situação esteja regularizada.” Sobre caminhões-pipa, solicitados por alguns moradores para tentar amenizar o problema, a Cesama afirmou que o serviço é disponibilizado de acordo com prioridades, especialmente em atendimento a escolas e unidades de saúde.
Sem água desde sexta
Uma moradora do loteamento Bela Vista, que fica próximo ao Bairro São Benedito, relatou que a água parou de cair já na sexta-feira (10) e o abastecimento não normalizou desde então. “Hoje de manhã chegou a cair um pouco, mas logo parou. Já ligamos para a Cesama, abrimos protocolo, mas a cada hora eles dão uma informação diferente.” A moradora, que preferiu não se identificar, está grávida e conta que na rua, onde outras casas sofrem com o mesmo problema, há crianças e idosos, o que torna a situação ainda mais complicada.
No Bairro Caiçaras a falta de água acontece em pelo menos 15 casas na Rua João Evangelista Pereira, conforme uma moradora do local. Segundo ela, a situação que se prolonga desde sexta-feira não é novidade. “Eu já moro aqui há um ano e meio. Desde quando eu vim para cá, nós ficamos de quatro a sete dias sem água. A gente entra em contato com os funcionários da Cesama e são passadas diversas informações, sem ninguém apontar a solução.” A moradora se organizou com vizinhos para pedir que um caminhão-pipa realizasse o abastecimento, mas, de acordo com ela, a Cesama afirmou que esse tipo de atendimento só acontece em escolas e hospitais.
No Bairro Novo Horizonte, o morador Luiz Cláudio Lisboa afirma que ficou sem água há uma semana. A equipe da Cesama compareceu em sua rua nesta terça-feira para obras de reparo. De acordo com ele, fora a falha de energia que provocou o desabastecimento em diversas regiões, na Rua das Margaridas, onde mora, houve também um entupimento da tubulação. “Um absurdo ficar sete dias sem água. Só hoje (terça), às 16h30 é que começou a entrar água no hidrômetro.”
Conforme a Cesama, no momento, as áreas que ainda estão com déficit no abastecimento envolvem parte dos bairro Aeroporto e do Caiçaras, além do Alto Santo Antônio, na Região Sudeste da cidade.
No caso do Bairro Caiçaras, houve uma rede tronco quebrada que foi reparada nesta terça, conforme informou a companhia. A previsão é de que o abastecimento no local seja regularizado na madrugada desta quarta-feira. “Casos isolados são resultado da falta de energia elétrica prolongada que afetaram o sistema de abastecimento de água, que já está em recuperação”. A Cesama informou que providenciou caminhões pipa para os bairros Aeroporto, Caiçaras e Alto Santo Antônio e continua monitorando o sistema.
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