Dados do projeto ‘Territórios da Cidadania’, em parceria com a ONU, são apresentados
Levantamento mapeou informações urbanas de 141 microterritórios; PJF pensa em diretrizes para implantação de agenda da ONU na cidade
Foi encerrada, nesta terça-feira (30), a primeira fase do projeto “Territórios da Cidadania”, uma parceria da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) com o Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-Habitat). Em um evento fechado com representantes da PJF e da ONU, foram apresentados dados urbanos, coletados em 141 microterritórios da cidade. A princípio, a divulgação pública do levantamento deve ocorrer por volta de outubro.
Em entrevista à Tribuna, o secretário de Planejamento do Território e Participação Popular (Seppop), Martvs das Chagas, afirmou que, a partir da apresentação dos dados e das temáticas propostas pela Agenda 2030 da ONU, o município passa a pensar em três diretrizes básicas para implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em Juiz de Fora.
De acordo com ele, primeiramente, a Prefeitura irá publicar um decreto para melhor estabelecer os caminhos que a cidade deve tomar para atingir os ODS. Em segundo lugar, está a criação de um comitê gestor com a participação de diversas secretarias, que serão responsáveis pela execução dos objetivos. E, por fim, está o treinamento da equipe para que os servidores estejam aptos para o desenvolvimento do novo plano. Segundo Martvs, nos próximos 15 dias os três pontos serão discutidos em parceria com o Executivo. “Ter em mãos esses dados atualizados nos dá um verdadeiro instrumento para realizar um diagnóstico da condição socioeconômica da nossa cidade.”
Os dados urbanos, coletados nesta primeira fase do projeto, avaliaram, por exemplo, a presença de infraestrutura para mobilidade, abastecimento de água, coleta de lixo, padrão das moradias e fornecimento de energia elétrica. Eles resultaram em uma avaliação primária das condições de regiões vulnerabilizadas da cidade.
Segunda fase da pesquisa irá traçar perfil socioeconômico do juiz-forano
A segunda fase do programa, que começa a partir desta semana e se estende pelos próximos três meses, consiste na aplicação do perfil socioeconômico da população juiz-forana. Será feita uma pesquisa domiciliar por amostragem que vai tratar de temas como educação, renda, trabalho, esporte, cultura, lazer, acesso a serviços públicos, habitação, saúde, violência e outros.
A oficial nacional do ONU-Habitat para o Brasil, Rayne Ferretti Moraes, explica que, com esses dados, será possível que cada município defina, de forma particular, estratégias para implantação de políticas públicas para atender a população mais vulnerável. “Todo o projeto tem como foco as cidades. A partir do levantamento de dados atualizados, o município terá a capacidade de definir, da forma como achar melhor, métodos e políticas para melhorar seu desenvolvimento.”
O oficial sênior internacional do ONU-Habitat para Brasil e Cone Sul, Alain Grimard, afirma que o projeto já mostrou resultados concretos sobre a condição urbana dos microterritórios e agora passará a olhar para as pessoas que moram neles. O principal lema da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável é justamente não deixar ninguém para trás. Grimard ainda complementa que “nesse projeto, não deixaremos ninguém, nem nenhum lugar, para trás”.