Aleitamento materno é capaz de prevenir mais de 820 mil mortes em crianças de até 5 anos
O leite materno é o melhor alimento nos primeiros meses de vida. A recomendação é de que a amamentação seja feia até os dois anos ou mais e, de forma exclusiva, nos seis primeiros meses.
Recente pesquisa realizada pelo Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil – ENANI-2019 reforça o papel protetor da amamentação contra doenças infecciosas e crônicas da infância, e ainda conclui que mais de 820 mil mortes de crianças menores de cinco anos por ano no mundo poderiam ser evitadas com o ato de amamentar.
Principal arma no combate à desnutrição e mortalidade infantil, o leite materno é rico em imunoglobulinas, anticorpos e várias proteínas, lípides e carboidratos adequados para nutrição do recém-nascido. Além disso, ele previne contra as principais doenças do recém-nascido e da infância.
O Brasil é referência internacional em doação de leite materno, e possui a maior rede de Banco de Leite Humano (BLH), com 225 pontos de coleta, espalhados em todos os estados, que recebem anualmente cerca de 160 mil litros.
Em Juiz de Fora, o Banco de Leite funciona na Rua São Sebastião, 772 Centro. Telefone (32) 3690-7436.
Reflexo da covid-19 no aleitamento materno e na alimentação complementar em bebês
Um estudo apresentado no último Salão de Iniciação Científica (SIC) expôs dados relevantes a respeito do aleitamento materno e do oferecimento de alimentação complementar a bebês no contexto da pandemia de covid-19. A pesquisa avaliou três desfechos – a interrupção do aleitamento materno, o aleitamento materno exclusivo aos seis meses do bebê e a introdução da alimentação complementar antes dessa faixa etária – em períodos antes e durante a pandemia. A partir de entrevistas com 395 puérperas (mulheres que deram à luz há pouco tempo) atendidas na maternidade do Hospital de Clínicas de Porto Alegre entre os anos de 2019 e 2021, as pesquisadoras observaram que a pandemia representou um fator de risco para o aleitamento materno.
Os resultados encontrados indicam que, das mulheres entrevistadas que amamentavam seus filhos antes da pandemia, 69,4% delas mantiveram a amamentação durante a covid-19; a porcentagem das que prosseguiram com o aleitamento materno exclusivo aos seis meses durante a pandemia caiu para 31,9% quando comparada aos índices do período pré-pandêmico.
No geral, as mulheres entrevistadas durante o período de distanciamento social apresentaram risco 34% menor de ofertar alimentação complementar antes do sexto mês de vida da criança em comparação com os dados de antes da pandemia. Mães que seguiram trabalhando fora de casa nesse período, contudo, tiveram um risco 24% maior de não estar amamentando de forma exclusiva aos seis meses e 64% maior de iniciar a alimentação complementar antes do sexto mês de vida.