As Superligas e suas emoções
Em semanas de justa overdose de JF Vôlei em função do acesso à elite do voleibol do nosso país, conquistado de forma invicta e coroado com o título diante do Brasília, na segunda-feira (19), quem diria que outra Superliga – que de super, só o nome – tomaria conta do noticiário esportivo.
Enquanto o caneco histórico para Juiz de Fora mexia com as redes sociais e lembrava aos conterrâneos que a cidade tem, sim, bons exemplos de organização no esporte de alto rendimento, nas mesmas plataformas, a revolta tomava os amantes de futebol por conta da iniciativa de alguns dos maiores times do mundo, que manchavam suas histórias para todo o planeta ao confirmarem a criação de uma liga elitista e seleta para combater um sistema que já tanto os beneficia.
Me apaixonei pelo esporte e assim sigo, pela capacidade de transformação de vidas, seja no aspecto financeiro ou na saúde física e mental. Em quaisquer níveis de rendimento. Por me emocionar em histórias como o reerguimento do JF Vôlei, gradual, com cunho social, sem loucuras financeiras e que também levou alegria para outras milhares de pessoas. Não por meia dúzia de diretorias gananciosas e soberbas, que entendem ser mais importantes que outras ao ponto de prejudicar o coração de todo o meio – os torcedores – além de centenas de clubes, indo contra os princípios do esporte mais popular do planeta.
Mesmo sem a principal folha da Superliga B – e distante dela, aliás -, o JF Vôlei foi campeão invicto. O Tupi, por características proporcionadas pelo mágico futebol, levou um título da Série D em 2011 que até hoje seria impensável diante dos diversos problemas enraizados na agremiação. O esporte é pra todos. Seja na prática ou na torcida. A essência cultural esportiva é ou deve sempre ser baseada na acessibilidade. E a participação tem que ser conquistada esportivamente, nos 90 minutos, nos sets ou o que for.
Mas não posso deixar de dizer que na semana desta péssima Superliga Europeia exposta, voltada ao lucro daqueles que muito já têm, é a Superliga B de vôlei que preenche os corações dos juiz-foranos com alegria e esperança de dias melhores. Que nos distraiu por algumas horas deste pesadelo que vivemos, em que também há pessoas mais interessadas em seus lucros do que naquilo que realmente importa.