Carlos Fernando Cunha lança single para marcar seus 50 anos
“Maré cheia” tem parceria com a cantora Ana Costa
O cantor e compositor Carlos Fernando Cunha comemorou seu aniversário de 50 anos, completados na última sexta-feira (16), fazendo uma das coisas que mais gosta: música. Ele aproveitou a data para lançar o single “Maré cheia”, primeira parceria com a cantora, compositora e violonista Ana Costa, além de realizar uma live comemorativa com vários amigos.
A amizade de Carlos Fernando com Ana Costa vem de muitos anos. Ele conheceu a artista nos anos 90, quando ela se apresentava sozinha em bares na Tijuca, e acompanhou sua trajetória no grupo Roda de Saia e carreira solo. Posteriormente, o artista a convidou para participar de seus dois primeiros álbuns, além de participar de um show do projeto Ponto do Samba em 2018. Faltava um trabalho a quatro mãos, que veio respeitando o distanciamento social graças ao WhatsApp.
“Estávamos conversando certa vez e vimos que nunca tínhamos feito um samba juntos, então falei ‘vamos fazer a parceria’. Mandei a letra pra ela, e duas semanas depois a Ana mandou a melodia pelo WhatsApp, e cantando a letra. Agora que tínhamos a parceria, tinha que gravar. Se eu faço uma música, corro atrás de todos os meios para botar pra fora”, conta.
“Conversei com o Amauri Linhares, que está lançando o selo Sensorial, e ele adorou a ideia e topou fazer o lançamento do single”, continua. Porém, a pandemia do coronavírus segue sendo uma barreira, e era preciso encontrar uma forma de gravar à distância. “Foi o Amauri quem me indicou o Rodrigo Campello, que tem um estúdio com ótima estrutura no Rio de Janeiro. Ele, além de produzir, tocou vários instrumentos. Também pegou umas bases pré-gravadas do percussionista Humberto Dias e gravou instrumentos de sopro com o Humberto Araújo. A Ana gravou os vocais dela no seu home studio, e eu gravei aqui em Juiz de Fora num estúdio pequeno.”
Reflexões de 2020 e da própria vida
Autor da letra de “Maré cheia”, Carlos Fernando explica que ela foi influenciada tanto pelo momento atual quanto pela reflexão de chegada ao 50 anos de vida. “Estamos vivendo esse momento extremamente difícil, de muita reflexão sobre nossa condição de seres humanos, nossa relação com o planeta, há várias questões sendo debatidas. E a chegada aos 50 é um momento de reflexão individual, da chegada ao meio século de vida; começamos a fazer uma reflexão dos 50 anos que ficaram pra trás e a pensar o que virá para frente, que temos que aproveitar nosso dia a dia. A vida é um sopro.”
Entre as certezas com a chegada a esse ponto da existência, está a satisfação em fazer o que gosta. “E quero cada vez mais produzir coisas de qualidade, que tenham a ver com o que amo: arte, música, cinema, esporte, pois também sou professor de educação física na UFJF. Sou um sujeito de muita sorte, por isso peguei esse bordão ‘ô, sorte!’. Quando olho pra trás, agradeço pelos bons amigos, por estar próximo de pessoas talentosas na arte e no trabalho. Não fazemos nada sozinhos, e são essas pessoas que me ajudam a ter produção variada e rica ao mesmo tempo.”
Foi com os amigos, aliás, que Carlos Fernando comemorou seu aniversário na última sexta-feira, com uma live em seu perfil no Instagram (@carlosfernandosamba), que contava com a participação de artistas como Roger Resende, Laura Jannuzzi, Alice Santiago e Ana Costa, entre outros. Como ele ressalta, foi o que deu para fazer depois que não pôde realizar a festa de arromba que planejava.
“Eu vinha planejando há mais ou menos dois anos uma festa para os 50 anos, com muita música. Iria fazer um passeio pelas minhas influências musicais, desde a época do rock, terminando com o samba.
Mas vi que seria impossível com a pandemia e fiquei muito angustiado, triste, porém pensei que tinha que fazer alguma coisa, não podia me abalar. A forma que tivemos de nos encontrar foi virtual, convidando meus amigos e amigas e musicistas, e foi um barato. Fizemos uma live de três horas, com muita música. E na mesma semana ganhei outro presente, pois a Teresa Cristina me convidou para participar de uma das duas lives dela em homenagem ao Martinho da Vila.”
Documentário na TV e DVD extra
Outro presente na semana de seu aniversário foi a estreia do documentário “Vai manter a tradição _ O samba em Juiz de Fora”, no canal Music Box Brasil, pelo qual já havia ganhado o prêmio Amigo do Patrimônio, da Funalfa. “O lançamento aumenta a visibilidade do documentário no Brasil, muitas pessoas me procuraram depois que assistiram pois não sabiam que eu tinha participado da produção”, comemora, adiantando que vai disponibilizar o documentário em seu canal no YouTube a partir de novembro.
O filme, aliás, terá seus desdobramentos. Carlos Fernando explica que as entrevistas para o documentário duraram, em média, mais de uma hora e que em breve elas serão disponibilizadas na íntegra no Núcleo de Memória da Educação Física, do Esporte e do Lazer (Numel), da UFJF. “A linha de pesquisa do lazer é que desenvolve a pesquisa de memória do samba e atividades culturais e artísticas, e essas entrevistas serão disponibilizadas lá.”
E ainda tem mais, pois vem DVD por aí apenas com músicas que não entraram no documentário. “Vários artistas cantaram nas entrevistas, e essas interpretações não estão no filme por questão de espaço. Então vamos lançar outro DVD só com essas músicas e também disponibilizar nas redes sociais, provavelmente nas proximidades do Dia Nacional do Samba (2 de dezembro), já que não poderemos realizar o show do Ponto do Samba”, anuncia, deixando ainda no ar a possibilidade de uma live com os integrantes do projeto para reforçar as comemorações da data.