Risco de colapso no sistema de transporte é ‘iminente’, afirma empresário
Avaliação é que os sistemas de transporte coletivo urbano precisarão ser remodelados em todo o país
Em entrevista ao programa Pequeno Expediente da Rádio CBN Juiz de Fora e da TMTV, Roberto Santana, CEO do Grupo CSC, que tem participação nos consórcios que operam o transporte coletivo urbano de Juiz de Fora, ressaltou a possibilidade de uma paralisia do sistema por conta do atual momento financeiro. “O risco de colapso é iminente.” O Grupo CSC é responsável pela Ansal, principal empresa do Via JF. “O setor de transporte foi impactado severamente e é uma cadeia de serviços que não pode parar. Ele precisa se manter operando mesmo com a receita muito abaixo, por conta do deslocamento de profissionais de saúde, de comércios essenciais, entre outros. Estamos vivendo uma situação dramática e temos buscado alternativas constantemente”, afirmou Santana.
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Para o empresário, em todo o país, os sistemas de transporte coletivo urbano precisarão ser remodelados. “A tarifa paga somente pelo usuário entrará em desuso. Hoje já existe uma dificuldade séria em que a tarifa é cara para o usuário e não atende a todas as demandas de uso do transportador. Vamos ter que ter alguns modelos de incentivo para o transporte público, que ainda é a solução para as grandes cidades que não têm trânsito para comportar o constante crescimento do transporte individual”, considerou, ressaltando que uma política pública para o setor carece de participação da União.
“É preciso existir uma política do Governo federal, que, em algum momento, terá que olhar para o setor do transporte público. É preciso uma política pública séria neste sentido como acontece em vários países do mundo”, avaliou Santana. Neste momento de pandemia, todavia, o CEO do Grupo CSC reforça que a União arca com outras ações e despesas emergenciais e, neste momento, é preciso um auxílio financeiro dos municípios. Ele comentou ainda sobre a intenção da Prefeitura de Juiz de Fora de liberar um subsídio de cerca de R$ 3 milhões para o setor, recursos que devem ser usados exclusivamente para o pagamento de pessoal.
“Existe esse risco (de colapso). O que posso dizer é que, desde o primeiro dia da pandemia, em que observamos o forte impacto de demanda do isolamento, temos colocado dinheiro na unidade Ansal para cumprir com o pagamento de salários e benefícios para deixar o trabalhador um pouco mais seguro. Esta proposta da Prefeitura é visando proteger o trabalhador, mas o prejuízo é muito maior que isso. Corremos sim um seríssimo risco de um colapso, caso não haja uma ação efetiva do Poder Público”, pontuou Roberto Santana.
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