Juiz de Fora terá entrega domiciliar de medicamentos
Município será o primeiro de Minas a receber projeto do Governo estadual em parceria com a 99 pensado para grupos de risco
Juiz de Fora receberá, a partir desta terça-feira (14), o projeto piloto para a entrega domiciliar de medicamentos a pacientes com doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOCs) – grupo de risco para o novo coronavírus (Covid-19). O projeto é uma parceria entre o Governo do Estado de Minas Gerais e a empresa de transporte por aplicativo 99Pop, anunciada, nesta segunda (13), pelo governador Romeu Zema (Novo), em visita à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O objetivo é evitar a aglomeração de pessoas em filas às portas das farmácias regionais administradas pelo Estado. Juiz de Fora será o primeiro município de Minas a receber a implementação do projeto. A tendência é de que a capital Belo Horizonte também participe, a partir da próxima segunda (20).
Em entrevista coletiva à imprensa nesta segunda, o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, detalhou que há, em Juiz de Fora, ao menos 730 potenciais portadores de DPOC, asma e hipertensão pulmonar. “Teremos a entrega de medicamentos em Belo Horizonte e Juiz de Fora para pacientes que não possam comparecer às farmácias do Estado. (…) Os critérios são baseados em pessoas que tenham endereços válidos ou celulares cadastrados nos sistemas governamentais, medicamentos que não tenham condições especiais de transporte e medicamentos que apresentem um valor de aquisição relativamente baixo ou intermediário. Queremos diminuir o risco de contaminação nas nossas farmácias. Entendemos que isso é efetivamente um avanço na distribuição de medicamentos nesse momento de crise.”
De acordo com Amaral, o Estado está buscando viabilizar a implementação do projeto de entrega domiciliar de medicamentos também nos outros 183 municípios em que a 99 opera. “Iniciaremos em Juiz de Fora e, a seguir, em Belo Horizonte. São estruturas que já têm uma organização, que nós viemos montando, pronta para isso. A ideia é que uma parte das pessoas que necessitam comparecer às farmácias passe a receber o medicamento em casa, com um servidor do Estado o levando. Mas, por outro lado, grande parte vai continuar indo até às farmácias receber os medicamentos. Então, cabe, novamente, reforçarmos as orientações: não compareçam às farmácias sem horários agendados, para que não tenhamos filas excessivas.”
Belo Horizonte e Juiz de Fora são os dois municípios mineiros com os maiores números de casos confirmados, com, respectivamente, 351 e 59, conforme dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. Além disso, das 23 mortes por Covid-19 em Minas, seis ocorreram na capital, e duas em Juiz de Fora. Se somados o número de suspeitos em ambas, chega-se a 21.698.
Isolamento social mantido
Ao longo da entrevista coletiva, o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, garantiu ainda a manutenção das medidas de restrição ao Governo estadual já implementadas por Zema e pelo Comitê Extraordinário Covid-19, cuja revisão estava prevista, de acordo com o Estado, para esta segunda (13). Conforme Amaral, não há, em um primeiro momento, previsão para encerrar o isolamento social. Na última semana, Zema encontrou-se, em Brasília (DF), com o presidente Jair Bolsonaro, onde admitiu a possibilidade de flexibilizar as medidas de isolamento de Minas.
“O isolamento social tem uma função clara, que é a de diminuirmos a velocidade de transmissão da Covid-19. Então, precisamos manter o isolamento social até entendermos que as pessoas que já tiveram a doença, por si só, passam a proteger o resto da sociedade como se fosse um mecanismo de imunidade de rebanho, ou seja, uma pessoa doente encontra várias pessoas que já têm imunidade ao invés de encontrar várias que não têm. (…) Não temos a previsão de finalizar o isolamento ao final desta semana ou da semana que vem. É necessário que o isolamento seja mantido. Quando falamos em manter o isolamento, pensamos, sim, em mantê-lo por um período maior, até maio ou junho, mas não quer dizer que manteremos o isolamento com a mesma intensidade que está sendo proposta neste momento. Podemos afrouxá-lo ou endurecê-lo”, explica Amaral.
Questionado sobre a eventual flexibilização do isolamento social em municípios sem casos confirmados de Covid-19, o secretário de Estado de Saúde afirmou que as medidas de restrição ao convívio social têm de ser aplicadas a todos os municípios. “O Brasil foi identificado como um país de transmissão comunitária, então não dá para pensarmos de uma maneira tão linear. Na verdade, o país inteiro tem risco de transmissão comunitária. De uma forma geral, o que temos que entender é que mesmo que o município não tenha caso confirmado, ele tem que tomar medidas de prevenção, como higienização das mãos e isolamento social.”
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