Bebê com glaucoma congênito aguarda cirurgia pelo SUS
Família diz que espera por procedimento de urgência já dura aproximadamente dois meses
Há cerca de dois meses, a atendente Maria Eduarda de Oliveira Castro, 25 anos, tenta uma vaga para o filho de 4 meses realizar uma cirurgia oftalmológica de urgência. A criança, que já faz tratamento para recuperar o movimento do braço, por sofrer de paralisia braquial obstétrica, apresentou sensibilidade visual durante uma sessão de fisioterapia. A suspeita levou ao diagnóstico de glaucoma congênito, quando tinha apenas 2 meses de idade. “Para nós, os olhos dele pareciam normais, azuis e grandes. Então a oftalmologista infantil do HU (Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora) disse que ele tem glaucoma congênito e, no mesmo dia, deu encaminhamento para fazer uma cirurgia de urgência em Belo Horizonte, porque no SUS (em Juiz de Fora) não faz. Essas cirurgias são feitas assim que nasce e, na época (em novembro), ele já estava com 2 para 3 meses de idade e, quanto mais tempo fica sem fazer cirurgia, ele vai perdendo a visão”, contou a mãe à Tribuna.
Segundo ela, a documentação foi levada ao PAM-Marechal, onde ela foi informada que, desde julho de 2019, o serviço de Saúde de Belo Horizonte não estava vindo buscar pacientes e que teria se desligado do PAM-Marechal. A expectativa era de que a relação entre os municípios retomasse a normalidade entre janeiro e fevereiro desse ano. No entanto, em nova procura pelo órgão de saúde, a mãe foi informada de que não havia previsão para a ocorrência do procedimento na capital mineira. “Ele tem que fazer essa cirurgia, porque o olho dele já está ficando opaco e, assim, perde a visão. Não temos condição de pagar pela cirurgia, porque custa R$ 8 mil”, se preocupa.
Procurada, a assessoria da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora informou que, inicialmente, a cirurgia deveria ser feita em Belo Horizonte. No entanto, pela demora do surgimento de vaga, a equipe está empenhada em buscar uma resolução do caso aqui mesmo em Juiz de Fora, onde se encontram dois médicos especialistas na área. Em nota oficial, a pasta informou ainda que “viabilizou uma consulta de urgência na Associação dos Cegos, na quinta-feira (9), para avaliar a possibilidade de resolver o caso no próprio município”. O bebê foi atendido e recebeu um novo pedido de cirurgia. A Tribuna foi informada também de que não é possível, no entanto, prever quanto tempo ainda haverá de espera até a ocorrência do procedimento.