Fórum discutirá situação do Crédito Real nesta quinta
Organizado pelo segmento de patrimônio do Conselho Municipal da Cultura, evento reunirá representantes de instituições desalojadas
Organizada pelo Conselho Municipal de Cultura (Concult), a terceira edição do Fórum de Patrimônio Cultural, aberta ao público, a ser realizada nesta quinta-feira (25), às 18h, no prédio do Museu do Crédito Real, discutirá os 25 anos da Lei Murilo Mendes e a instituição do Fundo Municipal de Proteção ao Patrimônio Cultural, projeto de lei de autoria do vereador Juraci Scheffer (PT), em tramitação na Câmara Municipal – 125/2019. Entretanto, a determinação do Governo estadual de desocupação de três andares do edifício onde o evento será realizado tomará de assalto parte das discussões do fórum de patrimônio material e imaterial.
Embora as coincidências de local e data sejam expressivas, o evento, de acordo com o organizador Fabrício da Silva Fernandes, já estava agendado. “Antes de saber de toda a situação, já tínhamos combinado o local. Como o desalojamento está em discussão, entendo que, sim, utilizaremos o fórum para dar espaço ao debate”, diz o conselheiro do Concult. Conforme Fabrício, representantes da Associação dos Funcionários Aposentados do Banco de Crédito Real de Minas Gerais, da Associação de Cultura Luso-Brasileira, da Agência de Desenvolvimento de Juiz de Fora e Região, do Instituto Histórico e Geográfico de Juiz de Fora e do Instituto Teuto-Brasileiro William Dilly foram convidados para o Fórum de Patrimônio Cultural.
Tanto o prazo de 30 dias determinado pelo Governo estadual quanto a incerta localização das instituições preocupam Fabrício. “São instituições que, nos últimos 50 anos, existem sem ter uma sede própria, que já dependiam de outros espaços. Para mim, o prédio do Museu do Crédito Real era um lugar muito consolidado.” Os fóruns são anualmente organizados a fim de discutir informações relacionadas ao segmento de patrimônio. “Acho que a maior contribuição do Fórum é juntar pessoas, de quaisquer posições ideológicas, posicionamentos em relação à questão, em prol do debate. O grande ganho com o evento é a mobilização que a gente pode fazer.”
Parcerias culturais
Além de se reunirem com representantes das instituições alocadas no museu do Crédito Real, a superintendente de Museus e Artes Visuais da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), Ana Maria Werneck, e a chefe de gabinete da pasta, Ana Tereza Fernandes, se encontraram, esta semana, em Juiz de Fora, com representantes da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa), da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agropecuária (Sedeta) e da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) “para oferecer diversas parcerias no segmento cultural”, conforme nota encaminhada à Tribuna.
A realocação das instituições do prédio do Museu do Crédito Real não está entre as propostas discutidas. Ainda de acordo com o comunicado da pasta, estão, entre as sugestões, a “viabilização de meios para a reabertura do Museu Mariano Procópio, (…) que atualmente encontra-se fechado para visitação pública; a revitalização do Museu do Crédito Real, pertencente à estrutura da Secult, que (…) necessita de um novo projeto expográfico, já que o atual é do ano 2000; e a participação da Secult no Conselho do Centro de Conservação da Memória (Cecom) da UFJF para prestar apoio técnico museológico para as ações da universidade”.
Quando questionada sobre a transferência das entidades desalojadas para outros imóveis, a Secult afirmou que “as entidades que ocupavam o edifício referido são entidades privadas, sobre as quais o Estado não dispõe de gestão ou ingerência”. Já a Funalfa, perguntada a respeito das reuniões com representantes da Secult, bem como acerca do destino das entidades, respondeu por nota que “se reuniu com representantes do Governo do Estado para transmitir informações sobre a realidade cultural do Município e auxiliar na busca de uma solução futura para a questão”. As associações e os institutos têm até 22 de agosto para desocupar três andares do prédio do Museu do Crédito Real, uma vez que serão destinados às unidades regionais das secretarias de Planejamento e Gestão, Fazenda e Trabalho e Desenvolvimento Social.