Agenda positiva

Equipe econômica tenta reverter o clima de tensão da semana que passou, quando o presidente da República se envolveu diretamente em várias polêmicas


Por Tribuna

23/07/2019 às 06h57

A equipe econômica quer usar a semana para anunciar um elenco de medidas positivas na economia, a começar pela liberação parcial dos saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), como forma de aquecer o mercado, ora instável diante das incertezas que perpassam não só a cena nacional, mas também em decorrência de eventos internacionais. Deve também reduzir a tarifa de energia para o setor produtivo, o que seria um forte estímulo para um segmento na expectativa de mudanças mais profundas para a retomada do processo de crescimento.

Por outro lado, as boas notícias soam como um contraponto à semana passada, quando o presidente Jair Bolsonaro, fruto de seu “sincericídio”, envolveu-se em várias polêmicas, principalmente com os nordestinos, ao personalizar uma crítica ao maranhense Flávio Dino, filiado ao PCdoB. O presidente diz que suas declarações foram descontextualizadas, mas ficou claro nesse episódio que quem mais lucrou foi o governador, no seu segundo mandato, com pretensões de voos mais altos a partir de 2022.

O presidente também atacou a Ancine, que cuida do cinema nacional, e voltou a fazer uma enfática defesa da nomeação de seu filho para a embaixada do Brasil em Washington. A decisão, porém, ainda não foi oficializada, mas tudo indica que, a despeito das críticas, vai ser mantida.

Os embates diários do presidente, porém, não devem ser o foco das discussões. O país precisa estar envolvido nas questões econômicas, pois, quando esse setor vai bem, a política e a democracia também caminham pela mesma trilha. Há uma série de questões que precisam ser discutidas ou tiradas do papel, como a reforma da Previdência e a reforma tributária, o próximo passo a ser dado e que terá embates importantes, por não se tratar, também, de uma causa pacífica.

Outra demanda em pauta muda o viés, mas mantém a importância. A segurança pública tornou-se agenda dos legislativos dos entes federados. Levantamento apresentado pelo jornal “O Globo”, na edição de segunda-feira, revela que o número de propostas para a área nos estados subiu 53,6% no começo desta legislatura, comparado com os últimos quatro anos. Na esteira do pacote anticrime do ministro Sérgio Moro, até os municípios – como Juiz de Fora – também adotaram essa agenda.

 

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