De novo o Expominas

Eventos como o Minas Láctea revelam a importância do espaço, mas faltam políticas consistentes para a sua plena ocupação durante
o ano


Por Tribuna

18/07/2019 às 07h00

O Minas Láctea, que faz de Juiz de Fora capital do leite até esta quinta-feira, reúne 400 produtos e 134 expositores no Expominas, um dos espaços mais nobres da cidade para eventos de tal monta. A expectativa dos organizadores é fechar a exposição com cerca de 12 mil visitantes. Tais números recolocam na agenda a discussão em torno do Centro de Convenções, idealizado pelo ex-presidente Itamar Franco para redefinir o papel da região no cenário de eventos. Se antes havia carência de espaço, ele entendia que o local, junto com o Aeroporto Regional, que ora tem o seu nome, seria a base para um amplo projeto de desenvolvimento regional. Seu sucessor no Governo de Minas, Aécio Neves, concluiu as duas obras, mas as questões pendentes têm repercussão direta no impasse que ainda permanece. O aeroporto continua com uma via de acesso precária, e o Expominas carece de uma saída local, para evitar a BR-040, uma rodovia de grande fluxo e numa reta na qual muitos usuários se habilitam a pilotos de provas em velocidades acima do limite.

Vários governos já passaram depois de Aécio, mas as pendências permanecem. O Governo Pimentel concluiu a via ligando a MG-353 à BR-040, mas o trevo, chamado de provisório, na altura da Barreira do Triunfo, é um desafio para os motoristas pelos pontos cegos que aumentam os riscos nos dois sentidos. Até o aeroporto, porém, a pista tem problemas de acostamento e de curvas acentuadas, comprometendo um trajeto que deve ser usado por veículos de grande porte no traslado de mercadorias para o terminal ou deste para a região. Não há qualquer sinal de investimento nesse sentido.

Situação semelhante vive o Expominas. Com um custo de manutenção alto, o número de eventos é insuficiente para mantê-lo, sendo o Minas Láctea uma exceção. O Governo de Minas, por várias vezes, por meio de porta-vozes da área econômica, anunciou estudos para viabilizar o local, mas não houve avanços. Ressalte-se, porém, que não se trata apenas de uma questão local. O Expominas de Belo Horizonte vive situação próxima, embora tenha um volume de ocupação mais acentuado. O impasse está no tamanho. Os investidores têm procurado locais com espaço menor, nos quais não apenas os custos, mas também a logística, são mais adequados. Esses desafios permanecem à mesa do Governo.

Resta, porém, uma ação mais efetiva de lideranças da cidade. São poucos os movimentos para uma discussão crítica com as instâncias de poder sobre os dois espaços. Lideranças políticas e empresariais deveriam ocupar a mesma mesa e colocar o tema em pauta, a fim de se encontrarem alternativas. Caso contrário, este espaço continuará apenas indicando a necessidade de articulação sem que essas saiam do papel.

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