Marcelo Falcão fala sobre viver com leveza

Músico faz show neste sábado (6) em Ibitipoca com Cidade Negra


Por Fabiane Almeida, estagiária sob supervisão da editora Isabel Pequeno

05/07/2019 às 19h03

No frio de Ibitipoca, quem vai esquentar a noite deste sábado (6) é Marcelo Falcão e Cidade Negra, que está de volta com a turnê ‘Cidade pelo mundo’. Ex-vocalista da banda O Rappa, Marcelo Falcão estará solo no palco do Planeta Ibitipoca levando para o público canções do primeiro álbum de sua nova fase: “Viver (Mais leve que o ar)”. O repertório também deve incluir clássicos nacionais e músicas da sua antiga banda O Rappa, que encerrou o projeto no ano passado, depois de 25 anos de história. Marcelo é o terceiro integrante da banda a seguir carreira solo. Seu primeiro disco, lançado em 2019, é fruto de um trabalho que levou cerca de um ano lapidando arquivos guardados. O single “Viver” é o resultado de uma parceria com seu pai Ademir Custódio, que teve grande influência em sua trajetória e foi responsável por dar de presente seu primeiro violão. Em entrevista à Tribuna, ele conversou sobre a nova fase, os pensamentos e sentimentos que quer levar para o público, além de relembrar boas memórias e falar sobre o futuro.

Marcelo Falcao interna
Marcelo Falcão: “Unidos somos fortes pra caramba, e desunidos não chegamos a lugar algum” (Foto: Divulgação)

Tribuna – O que acredita ser sua marca no trabalho solo, que mais o diferencia dos outros projetos?
Marcelo Falcão – Vivi várias coisas boas no palco, mas vivi também perdas inacreditáveis nesses últimos anos e que só me fez pensar que as pessoas, a cada dia que passa, estão perdendo o sentido da vida, de viver, de dar valor aos segundos em que a gente está aqui na Terra, nesse plano. Então não consegui pensar em nada mais para fazer meu disco novo além da esperança, que já dei através das músicas no Rappa. Eu queria que desse a leveza, mesmo sabendo que está difícil, tudo complicado – entra governo, sai governo -, mas a esperança, a fé e a vontade de viver, isso a gente não pode perder. Acho que o grande marco desse momento da minha vida é falar para as pessoas deixarem as besteiras de lado e viver a sua vida. E que unidos somos fortes pra caramba e desunidos não chegamos a lugar algum. É um bom momento para acordar para a vida e dar valor, fazendo o melhor pela gente e pelos outros.

Com quem divide o palco na turnê “Viver”?
Gosto de trabalhar com músicos, montar uma nova banda, ter nipe de metal de novo, que essa big band tenha a base que preciso para subir no palco. Estou muito feliz de tocar com parte da equipe que um dia foi do Rappa, não só a parte técnica, mas também músicos, e trabalhar com o Bino do Cidade Negra e a Juliana, uma guitarrista fantástica.

Que influência o seu pai tem em sua carreira?
Meu pai é meu grande ídolo, cara correto, estudioso, acima da média e superdotado. Um cara que fez vários mestrados e faculdades, que conseguiu não pagar a faculdade pela inteligência dele – meu pai é negro, minha mãe é branca. É um cara que deu a reviravolta e mostrou pra gente que “sim, vamos falar da sua cor, do seu cabelo; sim, vão tentar te depreciar, mas cabe a você dar a volta por cima e fazer as coisas acontecerem”.

O que está achando dessa nova fase com a carreira solo? Já tem outros projetos para essa fase?
Estou muito feliz com esse momento, devagarzinho eu tenho passado por cidades e conseguido mostrar o meu trabalho. Eu sei que tem muito saudosismo, as pessoas querem ouvir o Rappa, então não deixo de cantar. Mas quando ofereço “Viver (mais leve que o ar)”, eu vejo que as pessoas abraçam, acolhem e estão amando a história. Se Deus quiser,vou viajar o Brasil todo com o álbum e já já começo a entrar no estúdio para fazer outro disco. Várias loucuras, vários arquivos guardados para melhoria tanto em música, quanto em letra.

 

Planeta Ibitipoca
Marcelo Falcão e Cidade Negra
6 de julho, 18h, na Pousada no Alpha Ville Chalés Ibitipoca (Sítio Cachoeirinha 10 – Conceição do Ibitipoca/MG)

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