Ação que começa em casa

Tratar o lixo e conscientizar a família sobre seu descarte adequado deve ser uma prática comum, a fim de garantir a sobrevivência do planeta


Por Tribuna

09/06/2019 às 07h01

A despeito de seu grau de politização e ter uma coleta de lixo que alcança cem por cento da população, Juiz de Fora ainda é uma das cidades que menos recicla o seu lixo, de acordo com dados apresentados, nesta edição, pela Tribuna, a qual ouviu especialistas e entidades que atuam no setor. As causas são muitas. Nem todas as regiões são beneficiadas por esse serviço; em outras, mesmo com essa possibilidade, o material não é separado pelos usuários, embora esse tipo de ação deva começar em casa.

Separar o lixo é uma tarefa simples, mas, por desinteresse ou desconhecimento, boa parte da população faz o descarte sem qualquer tipo de preocupação. Mais ainda: muito do que é jogado fora poderia ser aproveitado, sobretudo quando se trata de material orgânico. Contudo, a educação a esse respeito é precária. São raros os casos em que o lixo orgânico é transformado em adubo ou é destinado a segmentos que podem fazer essa operação. Na maioria das vezes, o lixo é o lugar comum.

Não é de hoje a discussão sobre a reciclagem do lixo. Somente no ano passado, de acordo com o relatório “Solucionar a poluição plástica – Transparência e responsabilidade”, somente 0,23% do lixo foi reciclado, percentual bem abaixo da média nacional. E aí se apresenta outro problema. O volume de plástico que vai para o lixo ou para os bueiros é impressionante, bastando, no ciclo das águas, observar as correntezas. O cenário de garrafas pets chama a atenção, e tal visão se agrava quando o material é retido, como é comum na Usina de Marmelos. O plástico é um flagelo, pois leva séculos para ser decomposto. As campanhas para redução do seu uso avançam, mas ainda são precárias.

Uma rede de comida italiana vista em quase todos os shoppings centers do país entrou na luta e está abolindo boa parte do material plástico, mas é uma exceção. O brasileiro precisa, também, mudar a sua cultura. Ir aos supermercados com a velha sacola de outras gerações ou com as coloridas que se espalham pelas gôndolas seria uma alternativa. Há o uso de caixas, mas nem todas as unidades dispõem de tal material para uso coletivo.
O descarte adequado do lixo e as ações para sua redução devem ser demandas escolares, a fim de iniciar a conscientização onde esse trabalho mais prospera. As crianças, além de absorverem tais informações com mais facilidade, têm um papel importante de multiplicação para a família. Afinal, estamos todos no mesmo barco.

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