Cartas a JF: o carinho de Matheus pela cidade adotada


Por Tribuna

08/05/2019 às 06h41- Atualizada 08/05/2019 às 19h20

Matheus Bertolini.jpg destacada Para todos que também vieram de fora

Eu poderia começar escrevendo essa carta ao Juiz que veio de fora e deu nome para a cidade, mas eu resolvi falar de todos nós que também não nascemos nesse município, mas escolhemos chamar aqui de lar. Me mudei ainda novo em busca de um ensino de qualidade. A Universidade Federal de Juiz de Fora foi a responsável por desprender minhas raízes ainda mais interioranas e fazer com que meus sonhos ganhassem novas dimensões. A Praça da Estação recebia um jovem garoto e uma mala de rodas, a cidade era enorme, as ruas e galerias pareciam verdadeiros labirintos, e ele mal sabia o que a cidade estava reservando para ti.

Entre chegadas e partidas que a Manchester mineira vivencia diariamente, nada mais marcante do que o dia que a ficha de fato cai e você se enxerga como parte disso tudo. A rotina ganha um novo sentido, as quatro estações revezam-se durante o dia e mais pessoas como você aparecem pela seu cotidiano. Cidadãos que surgem de todos os cantos do Brasil, ou melhor, do mundo, se tornam juiz-foranos. Pessoas e cidades desconhecidas ganham um pedacinho de Juiz de Fora para chamarem de seu. As ruas se tornam mais receptivas, e você descobre que já não é uma pessoa de fora ao se deparar com seu reflexo em algum prédio na Rio Branco.

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E nesse sentido todos passam a se conhecer. Juiz de Fora, uma cidade que as vezes é grande, mas às vezes é pequena, te conecta com as pessoas que fazem dessa amizade uma nova família. Ficar longe daquela casa que deixamos recheadas de histórias se torna mais fácil quando encontramos outros autores dispostos a escreverem a continuidade desse livro, porém com uma nova ambientação. Ao Juiz que mencionei no início dessa carta, eu acredito que vir de fora foi o que te tornou especial ao ponto de dar o nome para a cidade. Assim como eu e tantos outros, que também vieram de fora, mas têm orgulho de dizer que, graças às linhas tortas da vida, nos tornamos moradores e parte dessa cidade viva.

Obrigado por tudo!

Com amor,
Matheus (de fora) Bertolini

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