Reforma pela eficiência

Texto sancionado pelo prefeito tem como meta melhorar a gestão e reduzir custos da Prefeitura, ora engessada pela falta de repasses do Estado e da União


Por Júlia Pessôa

03/02/2019 às 07h00

 

Quando se propôs a fazer a reforma administrativa, o prefeito Antônio Almas foi movido pelo sentimento da necessidade, pelo qual não dá para fechar o mês com mais deveres do que haveres, e pelo da eficiência. A sociedade cobra cada vez mais eficiência das instituições públicas, sobretudo num tempo em que o acompanhamento informal das ações do Governo se dissemina pelas redes sociais. Qualquer episódio, seja qual for a sua magnitude, se reverbera pela rede mundial, o que exige resposta imediata dos gestores.

Por ser uma cidade-polo, Juiz de Fora tem o agravante de não esgotar suas demandas em suas divisas. Nas áreas de saúde e educação, principalmente, o município acolhe milhares de pessoas de outras regiões, inclusive do vizinho Rio de Janeiro, à procura de seus serviços. Tal êxodo gera implicações. Quanto mais gente acorre aos postos de saúde, mais é cobrado do município, ora – como os demais – envolvido numa crise econômica sem precedentes, resultado de ações equivocadas dos governos federal e estadual, e inações, que deixaram as prefeituras com um passivo imensurável sem a receita suficiente para cobri-lo.

A meta do Governo, diz a justificativa da mensagem aprovada pela Câmara e já sancionada pelo prefeito, é fazer uma economia de R$ 300 mil por mês, que em termos administrativos podem não ser tão significativos, mas na ponta final produzem resultados. O município carece de aperfeiçoar seus serviços, bastando ver a situação das ruas, de alguns postos de atendimento e dos próprios públicos.

Dentro de 90 dias, prazo definido pelo próprio Governo para colocar a reforma em curso, espera-se que sejam adotadas ações efetivas, suficientes para garantir a esperada virada para um governo que assumiu há menos de um ano. Ademais, é fundamental a ação da instância política para garantir o retorno dos repasses constitucionais contingenciados pelo Governo do estado. Sem esse investimento, pouco valerá a reforma já em vigor, pois os recursos necessários para garantir a sua eficiência continuarão sendo drenados para cobrir os espaços deixados pelos agentes de Brasília e de Belo Horizonte.

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