Além do plenário
Nova Mesa Diretora deve ampliar as ações do Legislativo, que há muito deixou de ser um espaço seleto para tornar-se fórum de discussão coletiva das demandas populares
Há muito tempo, a eleição da Mesa Diretora da Câmara deixou de ser um evento exclusivamente interno e distante da participação popular, e as próprias reuniões já não são mais as mesmas, como a Tribuna, neste mesmo espaço, tem destacado. Em decorrência, a eleição do vereador Luiz Otávio Coelho (Pardal) para a presidência no biênio 2019/2020 é emblemática, pois, antes de tudo, pelos próximos dois anos, ele é o primeiro na linha sucessória do município. Além disso, terá a missão de capitanear discussões profundas que têm sido levadas para avaliação dos vereadores, muitas delas marcadas pela polêmica, exigindo do novo dirigente a mão firme para levar a pauta com serenidade para compreender o anseio das partes.
Quanto a isso, é bem verdade, não há razão para preocupações. Pardal, já no seu terceiro mandato, é um veterano na política e tem pleno conhecimento da dinâmica da Câmara. Foi líder de bancada e do Governo e tem trânsito entre os pares. Sabe, como destacou, que, a partir do encerramento da votação e consumada a sua vitória, e de ser o articulador zeloso que manteve, por seis meses, afinado o grupo que lhe deu respaldo no pleito, será o presidente de todos. Tal observação é importante a partir dos impasses que sempre marcam os embates no Legislativo. Fazem parte, pois o contraditório está na essência da democracia. Ultrapassar os limites, não.
A cidade espera da nova Mesa Diretora a continuidade das ações encetadas pelos antecessores e uma preocupação permanente como futuro do município. Juiz de Fora, a despeito de ter sido sempre referência no trato com a res publica, se insere no grupo das que enfrentam sérias dificuldades para fechar suas contas. O novo presidente deve levar o Legislativo a fazer coro na busca dos repasses contingenciados pelo Estado e que tanta falta fazem para o encaminhamento das demandas locais.