Ação integrada

União e estados precisam atuar em sintonia para enfrentar os tentáculos do crime, que não se restringem mais às fronteiras da federação, espalhando-se pelo país afora


Por Tribuna

14/11/2018 às 07h00

A indicação de militares para postos estratégicos do Governo federal e a replicação desse modelo nos estados, em que os governadores também adotam a mesma postura na área de segurança, indicam que tal questão terá prioridade, sobretudo se forem colocadas em pauta as recentes declarações do juiz Sérgio Moro, futuro titular da pasta da Justiça.

Não há novidades, uma vez que o candidato eleito, Jair Bolsonaro, deixou claro o seu projeto de investir fortemente na segurança pública. O passo seguinte é avaliar como essas ações serão colocadas em prática, pois a repressão, mesmo sendo necessária, não é a única etapa a ser cumprida. E haverá investimentos? O país acumula um passivo financeiro nessa área que cresce de ano a ano.

Tanto a União quanto os estados não se preocuparam, por exemplo, em efetivar a integração dos serviços de Inteligência dos estados. Na maioria das vezes, um não conhece a ação do outro, embora o crime organizado já não se situe mais em fronteiras físicas da federação.

Trata-se de um grande desafio, que ganha contornos mais preocupantes com o sucateamento da polícia judiciária dos estados. O presidente eleito e sua equipe devem conversar sobre o assunto com os governadores que tomam posse em 1º de janeiro, pois estes também precisam se integrar a essa preocupação.

Embora os números de crimes contra a vida tenham refluído, especialmente em Juiz de Fora, em termos nacionais eles ainda são hiperbólicos, acompanhados de perto pelos crimes contra o patrimônio. As ocorrências de furtos e roubos estão em escala ascendente, fruto, em boa parte, do tráfico de drogas. Rouba-se ou furta-se para a compra de entorpecentes.

Como são casos interligados, as polícias também precisam atuar em sintonia, a fim de reverter o cenário de medo que perpassa as ruas. Hoje, mata-se por muito pouco, bastando acompanhar o noticiário em seu dia a dia.

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